A tecnologia desenvolvida por cientistas brasileiros e portugueses utiliza fontes de carbono renováveis e pode gerar eletrônicos sustentáveis e de baixo custo
O grafeno é um material revolucionário que pode transformar a indústria de eletrônicos. Com propriedades como leveza, flexibilidade, excelente condutividade de calor e eletricidade, quase transparência e força 200 vezes maior que o aço, o grafeno é capaz de criar dispositivos sustentáveis e de baixo custo. No entanto, a produção do grafeno a partir de fontes renováveis tem sido um desafio.
Avanço
Porém, cientistas brasileiros e portugueses descobriram uma solução para esse problema: a tecnologia de grafeno verde induzido por laser (gLIG). Essa tecnologia usa fontes de carbono renováveis, como madeira, folhas, cortiça, cascas e celulose, para produzir grafeno. Essa descoberta tem o potencial de reduzir o lixo eletrônico e contribuir para a criação de dispositivos sustentáveis.
Os pesquisadores destacam que a gLIG pode ser usada em várias aplicações eletrônicas, como supercapacitores, sensores, eletrocatalisadores e nanogeradores triboelétricos. Além disso, o gLIG pode ser usado em sistemas de armazenamento de energia, eletrocatálise, tratamento de água e sensores.
Pesquisadores
Os cientistas envolvidos nessa pesquisa incluem Pedro Claro, Luiz Henrique Capparelli Mattoso e José Manoel Marconcini da Embrapa Instrumentação (SP), e a professora da Universidade Nova de Lisboa e atual ministra de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Portugal, Elvira Maria Fortunato. Eles afirmam que essa tecnologia pode levar à criação de eletrônica verde escalável e de baixo custo.
Grafeno
Desde a sua descoberta em 2004, o grafeno tem sido estudado intensamente em todo o mundo. A União Europeia criou um consórcio chamado Graphene Flagship, que tem como objetivo desvendar e explorar totalmente as propriedades do grafeno. No Brasil, ele tem sido usado com sucesso em áreas como armazenamento de energia e aplicações biomédicas.
Embora ainda existam desafios a serem superados, o grafeno verde tem o potencial de revolucionar a indústria de eletrônicos e contribuir para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. Com mais pesquisas e investimentos nessa área, é possível criar um futuro mais sustentável e tecnologicamente avançado.