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Homenagem aos mestre

Neste dia 15 de outubro é comemorado o Dia do Professor. Correio do Povo traz alguns relatos de profissionais laranjeirenses

Há cerca de sete meses de isolamento social no Brasil, devido à pandemia do Coronavírus, os professores estão afastados das escolas, mas não de sua função, pois eles continuam contribuindo com a aprendizagem e o desenvolvimento de seus alunos. Esse é um cenário novo para todos, e os professores precisaram se reinventar para realizar seu trabalho de formação de crianças e jovens, futuros cidadãos atuantes na sociedade.

A importância da docência é inquestionável, já que é um dos pilares da educação e contribui com a construção do futuro, além disso, todas as profissões dependem dela.

 

Aulas remotas

Apesar de estarem longe do ambiente escolar, a docência não se restringe a um espaço físico, pois ela ultrapassa os limites institucionais, o que tem sido essencial para possibilitar o ensino remoto. Eles estão realizando seu trabalho virtualmente e superando desafios para que isso ocorra, visto não ser uma prática comum em seu dia a dia como educador, pois sempre tiveram a presença dos estudantes em sala de aula para ensinar.

Foi preciso que gravassem aulas e as transmitissem através de recursos digitais, para que os alunos assistissem em casa a apresentação dos conteúdos. Também tiveram que passar atividades para fossem feitas a distância. Precisaram alterar todo o plano de aula para adaptá-lo ao ensino remoto, elaborar estratégias pedagógicas para motivar os alunos a estudarem em casa e buscar formas de orientá-los e tirar dúvidas, para ser efetivo o processo de ensino e aprendizagem remoto.

 

Depoimentos

O Correio do Povo conversou com alguns professores, sobre a profissão e principalmente sobre os desafios encontrados neste ano, com o ensino à distância.

 

Para a professora Ana Paula Martins, que atua nos CMEIS Adelina Dultra e Emília Cesca Alberti, está sendo difícil de ficar longe dos alunos.

“Essa época principalmente é de muita saudade, pois nosso costume é fazer homenagens, presentinhos para as crianças. Esse está sendo um dos períodos mais difíceis. Em nove anos de profissão, esse foi o maior tempo que passei longe das crianças. É mais complicado para quem trabalha com bebês, que é o meu caso,  pois eles não nos conhecem mais depois de um tempo. A vontade é de pegar e agarrar os nossos alunos”, comenta.

 

Tatiane Zarembski, professora da educação infantil ao ensino médio há 12 anos relata que sente muita saudade dos alunos.

“Essa profissão é muito gratificante. Poder ensinar, partilhar conhecimento, brincadeiras com as crianças, poder estarmos juntos aprendendo uns com os outros, além de nos apegarmos com nossos alunos. Eles fazem parte da nossa vida, nossa história e tudo que fazemos é por eles, pra ver a alegria deles, e o conhecimento que também é importante. Nessa pandemia todos os professores precisaram se reinventar, buscar meios de não perder o vínculo com nossos alunos e principalmente estabelecer a rotina do conhecimento, para que nossos pequenos não percam o ano letivo, é muito difícil ficar em casa, a saudade da escola, dos alunos é grande, da interação, da alegria que eles nos passam. Mas logo tudo isso vai passar e estaremos todos juntos novamente”.

 

“Ser professor é acreditar que a arte de transmitir conhecimento tem poder de criar um amanhã e uma sociedade melhor. Atuar hoje na pandemia é mostrar que somos capazes de se reinventar diante de todas as adversidades, mesmo com a baixa valorização social, tivemos a competência para garantir que os estudantes continuassem tendo aula e aprendendo a formação básica de ensino”, relata o professor de Ensino Médio, Luciano Bagdinski.

 

Fernanda Gomes iniciou a faculdade em 2008 e já no primeiro ano teve a oportunidade de estagiar. “Aí já vi que era isso mesmo que eu queria. Me apaixonei pela profissão”.

Para ela, esse ano está realmente sendo diferente pra quem tem experiência. “Pra nós professores é um ano de desafios. Muitos de nós fomos remanejados pra atender a demanda que mudou”, relata.

Quanto ao famoso home office, ela revela que não é nada fácil. Ela tem duas crianças pequenas em casa e precisa dividir o tempo entre as meninas e a preparação das aulas. “Eu sei que estou trabalhando e preciso dar o melhor de mim, mas elas não entendem e querem atenção o tempo todo. A gente se organiza e faz dar certo. É meu trabalho e preciso dar o melhor de mim. Então é isso, as vezes de madrugada, as vezes final de semana, estou aqui.. preparando atividades.. organizando material, corrigindo etc”, relata a professora.

A professora Elizandra Luca, decalra que o professor embora não deixe também de ser um cuidador no sentido de zelar pelo bem-estar dos pequenos, tem atribuições muito mais amplas. “São deles as responsabilidades de conduzir as crianças em um processo de aprendizado contínuo e eficaz orientando-as em vários aspectos”, diz.
Para ela, o professor atua ativamente na educação, fornecendo os meios necessários para que o aluno se desenvolva e amadureça de acordo com a idade, ele atua facilitando, amparando e incentivando o desenvolvimento integral da criança.

De acordo com Elizandra, em tempo de isolamento social e de escolas fechadas, as crianças estão em casa e muitas vezes os pais não sabem o que fazer para entretê-los. “Precisamos lembrar também que a criança é um ser em desenvolvimento e que o seu desenvolvimento é muito mais rápido nessa fase. Como professora, minha preocupação maior é com as crianças cujas famílias precisam sair o dia todo para trabalhar e não tem o tempo necessário que as crianças precisam para fazer suas tarefas ou até mesmo para dar atenção a ela, o tempo para as brincadeiras em família e até mesmo os cuidados que uma criança precisa”, declara.

 

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