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Paraná mantém a liderança na produção de peixes com 188 mil toneladas

Quedas é referência na região e segundo o secretário de Meio Ambiente, Rubens Dzindzik, o município abate cerca de 600 toneladas

O Brasil produziu cerca de 841 mil toneladas de peixes de cultivo (tilápia, peixes nativos e outras espécies), em 2021, segundo um levantamento da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR), divulgado na terça-feira (22).

O resultado representa um aumento de 4,7% sobre a produção de 2020 (802.9 toneladas). O Paraná manteve a liderança como o maior produtor de peixes cultivados do país. Em 2021, o estado produziu 188 mil toneladas, um crescimento de 9,3% em comparação ao ano interior.

Em entrevista ao Correio do Povo, Rubens Dzindzik, secretário de Meio Ambiente de Quedas do Iguaçu, fala sobre o fomento dado à população referente a produção de alevinos.

Segundo ele, o município abate cerca de 600 toneladas de peixe anualmente e o plano municipal pretende implantar o cultivo em tanque escavado e em rede. “O objetivo das duas propostas é o mesmo: produzir o peixe.  A espécie cultivada na região é a tilápia que possui um destaque em nível nacional, obtendo uma boa comercialização”.

O secretário relata que um dos motivos para o cultivo desse peixe é a facilidade de produção, assim como a fácil aceitação do público por não haver espinhos.

Investimento

Conforme o secretário, a prefeitura está fomentando duas linhas de produção, sendo elas a de tanque escavado, rede ou gaiola, subsidiando com horas máquinas e em contrapartida, o produtor investe na compra do alevino.

“Temos um frigorífico no município, que trabalha na compra e venda da tilápia, movimentando a economia. Se eu encontro esse peixe aqui, além de facilitar e reduzir custos, ainda estimulo e desenvolvo a atividade na região”.

Cultivo

Na região sul, a produção da tilápia se destaca pela facilidade ao adquirir os alevinos e a agilidade na adaptação da temperatura, visto que o período de frio restringe a sua alimentação.

Como já citado, existem duas maneiras de cultivo. A primeira é a de tanque escavado, o açude, onde com o uso de uma fonte de água, seja nascente, poço ou rio, é feita uma renovação, depositando-a novamente dentro do tanque e realizando o manejo da prática, denominada calagem e adubação – adição de calcário ou cal virgem ao solo com o objetivo diminuir a acidez e fornecer nutrientes para as plantas.
O outro estilo de cultivo é o de tanque rede ou gaiola, praticado em rio. Neste caso, a produção do peixe acontece de três a cinco meses no mesmo peso de despesca do açude. A engorda leva em torno de sete meses em gaiola e de 10 a 12 meses em tanque.

Cooperativa

Os piscicultores de Quedas do Iguaçu participam da Associação de Agricultores e Piscicultores de Palmital e Região e contemplam a Cooperlagos Quedas do Iguaçu, cooperativa de produção, industrialização e comercialização aquícola, horti frutti e compra e venda de produtos.

Rubens finaliza relatando sobre as associações criadas regionalmente, entre pessoas que possuem convívio com a cultura ou interesse.  Para formalizá-la, o pedido passa pela secretaria de Pesca e Aquicultura (SAP),  pertencente ao ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Agência Nacional de Águas (ANA), para realizar a outorga da água e ainda pela Marinha. Depois pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) para obter o licenciamento de um espaço de área no lago.
“Existe um trâmite burocrático que precisa ser feito para obter e implantá-la. Ao fim, deve passar também pela secretaria de Patrimônio da União (SPU) para receber esse espaço por 20 anos. Seria um contrato de concessão de uso para operar e ser responsável pelo espaço”, finaliza.