Verdades e mitos sobre o suor e mau cheiro corporal
Dermatologistas explicam o que realmente causa o famoso
“cecê” e dão dicas para evitar o desconforto com o odor excessivo
O suor é uma resposta natural do corpo para regular a temperatura, e a relação com o cheiro forte, conhecido como “cecê”, depende de vários fatores. Isso gera muitas dúvidas, que foram esclarecidas por especialistas do Departamento de Cosmiatria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD). Eles desmistificam alguns pontos sobre o assunto e oferecem dicas para quem sofre com o desconforto causado pelo suor e pelo odor excessivo.
Todo suor tem cheiro?
Mito. O corpo possui dois tipos de glândulas sudoríparas: as écrinas, que estão espalhadas por todo o corpo, e as apócrinas, localizadas nas axilas, perto dos mamilos, na região genital e perianal.
As glândulas apócrinas geram um suor mais rico em proteínas, que facilita a ação de bactérias e fungos, resultando em um odor mais forte. Já o suor das glândulas écrinas, normalmente, não tem cheiro, sendo composto principalmente por água.
É possível pegar de outra pessoa?
Mito. O odor forte do suor é causado pela proliferação de bactérias na pele, e esse tipo de transmissão não ocorre da mesma forma que doenças contagiosas, como a gripe.
“O que pode acontecer é que a pessoa use roupas já impregnadas com o suor e o odor de outra, mas isso não é uma transmissão do mau cheiro em si”, esclarece uma especialista.
Alho e cebola podem afetar?
Verdade. Alguns alimentos liberam substâncias que, ao serem eliminadas pelo suor ou pela respiração, alteram o odor corporal.
No entanto, essa mudança de cheiro é distinta da bromidrose, que é uma condição em que o odor forte do corpo é causado pela degradação de microrganismos.
Certos tipos de roupas podem piorar?
Verdade. Tecidos sintéticos dificultam a evaporação do suor, mantendo a área mais úmida e favorecendo a proliferação de bactérias e fungos, que intensificam o mau cheiro.
Roupas de algodão ou tecidos respiráveis ajudam a minimizar esse efeito.
Desequilíbrios hormonais podem influenciar?
Verdade. Alterações hormonais podem aumentar a produção de suor e alterar a microbiota da pele, o que favorece o desenvolvimento da bromidrose.
Esse fenômeno é mais comum na adolescência, devido às mudanças hormonais dessa fase.
Suar mais significa ter mais odor?
Depende. A hiperidrose, condição caracterizada pelo aumento excessivo do suor, pode ocorrer com ou sem bromidrose.
O suor excessivo pode intensificar o mau cheiro, já que a umidade facilita o crescimento de microrganismos causadores do odor.
Um lado do corpo pode suar de maneira diferente?
Verdade. A distribuição das glândulas sudoríparas e a microbiota da pele podem variar de um lado do corpo para o outro.
Isso significa que um lado pode transpirar mais ou menos que o outro. No entanto, em geral, o suor tende a ser mais equilibrado nas axilas e nos pés.
A hiperidrose compensatória acontece sempre?
Depende. Tratamentos como medicamentos, aplicação de botox ou até procedimentos mais invasivos, como a simpatectomia, podem ser utilizados para controlar o suor excessivo.
No entanto, nem todas as abordagens causam a hiperidrose compensatória, que é quando o corpo aumenta a produção de suor em outras áreas, como nas costas e no abdômen.
Esse efeito é mais comum em procedimentos mais agressivos, como a cirurgia. No caso da toxina botulínica, é menos frequente, mas ainda possível.