Técnica menos invasiva transforma tratamento da próstata

Procedimento moderno oferece alívio duradouro dos sintomas urinários com rápida recuperação e menos riscos

Envelhecer, para muitos homens, vem acompanhado de sintomas urinários incômodos que surgem silenciosamente e passam a fazer parte do dia a dia: jato fraco, urgência para urinar, idas frequentes ao banheiro durante a noite e a sensação persistente de que a bexiga nunca esvazia por completo. Esses sinais, comuns após os 50 anos, são geralmente causados pela hiperplasia prostática benigna (HPB) — um aumento não cancerígeno da próstata que, embora benigno, pode afetar significativamente a qualidade de vida.

Durante décadas, a principal alternativa terapêutica era a cirurgia tradicional, especialmente a ressecção transuretral da próstata (RTU). Apesar de eficaz, esse procedimento requer anestesia, internação e um pós-operatório que pode ser delicado, principalmente para homens mais velhos ou com outras condições de saúde.

Menos invasiva, mais conforto

Nos últimos anos, uma nova opção tem se destacado como uma solução menos agressiva e altamente eficaz: a embolização prostática. Realizada por radiologistas intervencionistas, a técnica é feita sem cortes, com o uso de imagens em tempo real para guiar um microcateter até os vasos que irrigam a próstata.

Ao bloquear esse fluxo com partículas microscópicas, o volume da próstata é reduzido progressivamente, o que alivia a pressão sobre a uretra e melhora os sintomas urinários. Trata-se de um procedimento ambulatorial, com rápida recuperação e mínimo impacto físico.

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Vantagens que fazem a diferença

A embolização prostática tem conquistado espaço não só pelos bons resultados clínicos, mas também por oferecer menos riscos e mais conforto. Diferente da cirurgia convencional, o método não requer anestesia geral nem internação prolongada. E o melhor: as chances de complicações como incontinência urinária ou disfunção erétil são muito baixas.

Pacientes costumam retomar suas atividades normais poucos dias após o procedimento. Estudos realizados no Brasil e em outros países revelam que mais de 80% dos homens submetidos à embolização relatam melhora significativa e duradoura dos sintomas — e alto nível de satisfação.

Para muitos homens, especialmente os que não desejam ou não podem passar por uma cirurgia mais invasiva, a embolização vem se consolidando como uma escolha segura, eficiente e moderna.

Decisão deve ser personalizada

A escolha do melhor tratamento para a HPB deve sempre ser feita com base em avaliação médica individualizada. Fatores como o tamanho da próstata, intensidade dos sintomas e histórico de saúde do paciente são determinantes, assim como a participação de uma equipe multidisciplinar com urologistas e radiologistas intervencionistas.

A boa notícia é que hoje existe uma alternativa real para homens que sofrem com a HPB: uma técnica menos invasiva, com resultados expressivos e capaz de devolver qualidade de vida sem a necessidade de procedimentos complexos.

Em um cenário onde antes só havia duas opções — conviver com os sintomas ou enfrentar uma cirurgia tradicional —, a embolização surge como um caminho moderno e equilibrado. E, para muitos, isso representa uma verdadeira mudança de vida.

Texto escrito pelo médico radiologista intervencionista Felipe Roth Vargas (CRM 155352 SP | RQE 94668)