Trump impõe tarifa de 50 % sobre exportações brasileiras
Governo americano justifica medida como resposta a “ameaça incomum e extraordinária” vinda do Brasil
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, formalizou hoje (30) um decreto executivo que eleva de 10 % para 50 % a tarifa sobre produtos brasileiros, anunciando 40 pontos percentuais adicionais por meio da declaração de emergência nacional prevista na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977 (IEEPA). A medida entra vigor sete dias após a assinatura, ou seja, em 6 de agosto de 2025.
Motivações e justificativas
De acordo com o governo norte-americano, a tarifa é uma retaliação a políticas consideradas “incomuns e extraordinárias” adotadas pelo Brasil, que supostamente prejudicam empresas americanas, restringem a liberdade de expressão de cidadãos dos EUA, afetam a política externa e fragilizam a economia do país.
O decreto também cita o processo judicial contra o ex‑presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump, caracterizando as acusações como perseguição política e abuso de poder que teriam minado o Estado de Direito no Brasil. Além disso, houve sanções ao ministro do STF Alexandre de Moraes, acusando-o de censurar plataformas como X e impor intimidação judicial contra apoiadores de Bolsonaro.
Setores abrangidos e exceções previstas
Embora a tarifa adicional seja ampla, o decreto inclui uma lista de isenções específicas, como suco de laranja, combustíveis, aeronaves civis (incluindo peças e simuladores), veículos de passageiros, além de determinados produtos de metais (ferro-gusa, estanho, cobre, ferronióbio), fertilizantes e madeira tropical.
Consequências esperadas
Especialistas alertam que o setor do agronegócio brasileiro, em particular a exportação de carne bovina aos EUA, poderá sofrer sérios impactos econômicos, com estimativas de perdas na ordem de bilhões de dólares.
Por sua vez, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou que não aceitará imposições unilaterais, aponta que os tribunais brasileiros são independentes e promete retaliar, amparado por sua legislação de reciprocidade comercial.
Em resumo, a assinatura do decreto por Trump marca um ponto de inflexão nas relações entre os Estados Unidos e o Brasil, com reflexos imediatos no comércio, na diplomacia e em setores sensíveis da economia. A situação exige acompanhamento atento das medidas de resposta brasileiras e de possíveis negociações multilaterais.