25 de Novembro: Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher
“O principal desafio é fazer com que essas mulheres entendam que o ciclo da violência precisa ser rompido”, ressalta a psicóloga do Creas de Laranjeiras Nezia dos Santos
Hoje (25), se comemora internacionalmente o Dia da Não-Violência contra a Mulher. A data tem o objetivo de alertar a sociedade sobre os casos de violência e maus tratos contra as mulheres. A violência física, psicológica e o assédio sexual são alguns exemplos desses maus tratos.
Origem da data
A data surgiu em decorrência do Dia Latino-americano de Não Violência Contra a Mulher, que foi criada durante o Primeiro Encontro Feminista Latino-Americano e Caribenho de 1981, realizado em Bogotá, Colômbia. A Organização das Nações Unidas (ONU), desde 1999, reconhece o dia 25 de novembro como o Dia Internacional para a Eliminação da Violência Contra as Mulheres.
O 25 de novembro foi escolhido em homenagem às irmãs, María Teresa e Minerva Maribal, que foram violentamente torturadas e assassinadas nesta mesma data, em 1960, a mando do ditador da República Dominicana Rafael Trujillo. As irmãs dominicanas eram conhecidas por “Las Mariposas” e lutavam por melhores condições de vida na República Dominicana.
Dados importantes
No Paraná, em 2022, foram registrados mais de 44 mil casos, representando um aumento de 30% em comparação a 2021. Na comarca de Laranjeiras, que atende as cidades de Marquinho, Nova Laranjeiras, Porto Barreiro e Rio Bonito do Iguaçu, em 2020, foram registradas 243 medidas protetivas; em 2021, 271; e em 2022, 265.
Os números parciais de 2023 mostram que, até 16 de agosto, foram expedidas 187 medidas protetivas, o que representa cerca de 31 casos por mês, um aumento em comparação aos anos anteriores.
Esses dados não apenas evidenciam uma crescente urgência na abordagem e conscientização em relação à violência contra as mulheres, mas também ressaltam a crucial necessidade de implementação de políticas eficazes de amparo.
Laranjeiras no combate
Em Laranjeiras, o Centro de Referência de Serviço Especializado (Creas) desempenha um papel crucial no combate à violência contra mulheres. A psicóloga Nezia Santos, do Creas destaca a importância de compreender o ciclo da violência e trabalhar incansavelmente para rompê-lo. “O principal desafio é fazer com que essas mulheres entendam que o ciclo da violência precisa ser rompido”, afirma a psicóloga.
A atuação do CREAS se estende por diversas frentes, integrando uma rede de apoio abrangente. As secretarias municipais também participam ativamente dessa rede, fortalecendo os recursos disponíveis na assistência social.
A psicóloga ressalta que o CREAS oferece programas que abordam diferentes aspectos da vida das mulheres vítimas de violência. “O Creas tem suporte para recolocação no mercado de trabalho, enfrentamento psicológico, apoio no atendimento aos filhos e, em casos mais extremos, medidas como o auxílio no aluguel social e encaminhamento para medidas protetivas”.
Nezia ainda destaca a importância da conscientização como o principal combate à violência. “Nós trabalhamos junto com a rede, a gente chama rede de apoio, no combate à violência, o principal combate, eu acredito, que é a conscientização”, diz ela. O CREAS busca promover essa conscientização por meio de campanhas específicas, palestras e rodas de conversa, fornecendo informações sobre como a violência ocorre e demonstrando o suporte disponível quando uma mulher decide enfrentar essa difícil situação.