Lá pelo final da década de oitenta o colunista requisitou documento escolar do Colégio Estadual Joaquim de Oliveira Franco localizado em Mandirituba com a finalidade de participar de concurso público em Laranjeiras do Sul. No documento há a observação: Matriculado no 2º ano por já ser alfabetizado. Este alfabetizado correspondia a paciência da mãe e do irmão mais velho que atendendo a curiosidade e o interesse demonstrado pelo autor destas mal traçadas, de forma que muito cedo sabia fazer as operações matemáticas mais simples, ler e escrever ainda de forma sofrível. Lembro que desde o 2º ano já tínhamos que fazer matérias como ditado e ler as lições em voz alta para todos os alunos da classe. Dona Ana Maria da Rocha, a professora, era bastante exigente quanto a pontuação, a acentuação e as palavras escritas no singular e no plural. Tantos anos depois, eu diria décadas, ouço estarrecido jornalistas e comunicadores de redes de televisão pronunciando palavras que ouso dizer, são maus exemplos, principalmente para os mais jovens. Dia destes, quando se noticiava o acidente com o submarino argentino, o ancora dum telejornal chamou o correspondente internacional que falou de um equipamento distante que teria captado sões de explosões na região do acidente. A palavra sões foi repetida duas ou três vezes. Para essa gente pronunciar IS e ÕES é muito natural). Também já ouvi: O cantor da banda tal, que fará show no Rio de Janeiro, teve bões motivos para sair do hotel e passear na rua onde foi saudado e abraçado por centenas de fães. A repórter televisiva que noticiava a impressionante quantidade de guarás que havia num mangue a beira mar, referia-se aquelas belas aves como guaráis. Outro dia também ouvi que determinado ex-governador que está na prisão teria encomendado a amigos que encontrassem provas para elaborar dossiêis contra determinado magistrado que o condenara. Aprendi que o plural de dossiê é dossiês. Creio que meus quatro leitores já ouviram que naisceu, ao invés de nasceu o filho do casal de artistas fulano e fulana. Ou os dicionários estão errados ou a forma que me foi ensinada pela saudosa Dona Ana Maria da Rocha não é a correta.
FAMÍLIA UNIDA: O empresário chega à casa a noite com semblante preocupado e a esposa indaga:
– Querido, que cara é essa, tem algum problema?
– Tenho um problema no escritório.
– Nunca diga tenho um problema, mas temos um problema, pois como casal unido nos bons e maus momentos, os problemas são nossos.
– Ok… nossa secretária engravidou e está esperando um filho nosso.