Sempre serás convidado a definições.
Políticos hábeis e pessoas interessadas envolver-te-ão nos seus argumentos, procurando conquistar-te para os seus partidos, ou intentando descobrir a tua filiação idealista.
Religiosos de muitas confissões tentarão atrair-te para a sua grei, combatendo as tuas opiniões, se por acaso diferirem do ponto de vista deles.
Pensadores de diferentes escolas buscarão influenciar-te o campo mental, seduzindo-te para as suas correntes.
Entusiastas de ideologias de paz ou de violência insistirão para que te definas no rumo que melhor lhes agrada, tornando-te um deles.
Técnicos de mercado insistirão em convencer-te, ganhando-te a adesão.
A neutralidade, de certo modo, na atual conjuntura humana, é impossível.
Sem dúvida, o indefinido, o neutro por motivo de conveniência, assume uma atitude ingrata em relação aos outros, e infeliz para consigo próprio, por ainda movimentar-se na dúvida, na insegurança, ignorando o que fazer e para que se encontra na Terra.
Em matéria de fé, deves, após meditar e sentir, definir-te, dar o teu testemunho.
Não apenas filiar-te a uma corrente religiosa; senão, adotar um comportamento coerente com a própria fé e não se envergonhar de declará-lo, de sofrer, se necessário, as conseqüências da atitude.
A vida propõe decisões que não se devem postergar indefinadamente.
Tudo tem o seu preço, no mundo de relações. Isto é: o valor que se impõe, correspondente ao investimento pelo conseguir-se.
O amor solicita abnegação e devotamento.
O ódio cobra distonia emocional e intoxicação orgânica.
O bem impõe sacrifício e desinteresse pessoal.
O mal exige revolta e perversidade.
A caridade custa elevação de sentimentos e renúncia.
O egoísmo arregimenta delinqüência e perturbação.
O homem integral é livre de preconceitos, superando barreiras e conveniências amesquinhantes, portanto, tendo a coragem de definir-se e viver conforme os padrões superiores da sua visão interior do mundo.
Não negues, nunca, a tua convicção religiosa, negociando-a por interesses que não somam na economia da paz íntima.
Convidado ao testemunho, tem a coragem de desvelar-te e demonstra, coerente, o valor dos teus princípios espirituais, lavrados na ética do bem e da dignidade.
Quando os biltres de insegura e infeliz política de Israel adentraram-se pelo Horto das Oliveiras, a procurar o Mestre, sob a condução de Judas, o Senhor apareceu-lhes e perguntou-lhes “- A quem buscais?” Eles responderam: “- A Jesus de Nazaré.” O pulcro Amigo, então, com tranqüilidade, sem receio nem vergonha do testemunho, adiantou-se e afirmou-lhes resoluto> “ – Sou eu”, entregando-se, em holocausto vivo, para ensinar-nos a assumir as responsabilidades que nos dizem respeito.
Do Livro: ROTEIRO DE LIBERTAÇÃO. Diversos Espíritos. Joanna de Ângelis (Espírito), psicografia de Divaldo Pereira Franco. Livraria Espírita Alvorada. 1ª Ed. – Salvador-BA. 1981.
Manoel Ataídes Pinheiro de Souza, CEAC Guaraniaçu – PR. manoelataides@gmail.com