Parte da classe média alta, induzida pelas mensagens de alguns veículos de comunicação, vai abandonando a igreja e optando por “religiões empresa” que admitem o convívio e tranquila de seus fiéis com o consumismo materialista, aliando as promessas de um céu além da morte, os anúncios de milagres, curas, e soluções para problemas financeiros e sentimentais.
Não se pode afirmar que nunca antes na história desse país, a Igreja Católica, e seu representantes tenham sido usadas para fins eleitorais. Pelo contrário, a participação política da Igreja foi até institucionalizada sob o nome de Liga Eleitoral Católica, com grande atuação na primeira metade do século passado.
Candidatos que não rezassem pelo catecismo da LEC, num país tão religioso com o Brasil e com a maior população católica do planeta, estavam praticamente condenados à derrota.
Mesmo o ateu e depois agnóstico Getúlio Vargas, que na juventude chegara a escrever um livro sobre os males do cristianismo, teve de se render à força da Igreja para alcançar e se manter no poder. Beijava mãos de cardeais, bispos, e até de curas interioranas para não cair em desgraça.
Hoje é importante para os políticos aproximar-se das igrejas evangélicas, especialmente das numerosas e poderosas neopentecostais, para conquistar eleitores. Mas a Igreja Católica, embora hoje muito menos influente e decisiva do que foi no passado, não pode ser esquecida.
Lembrando às décadas de 1970 – 80 quando a Igreja Católica Apostólica Romana assumiu uma postura de cunho esquerdista incentivada por encíclicas papeis. Ao fazer sua “opção pelos pobres”, a Igreja apoiou a reforma agrária, os movimentos estudantis e operário enfim, tudo que vinha das esquerdas. Aos domingos nas missas e cultos se rezava e contava pela reforma agrária e outros movimentos apoiados pela Igreja. Os contos, às vezes um pouco desafinados, apelavam pelo direito à terra, moradia, educação, saúde etc.
A igreja Católica comete alguns pecados, há 2000 anos. Mas prática milhões de virtudes há mais de 2000 anos. A Igreja de Pedro teve e terá sempre os seus altos e baixos, mas irá até o fim dos tempos…