Nova Laranjeiras: Personagem Vó Totonha celebra 20 anos de histórias e sorrisos
O que nasceu de um improviso virou símbolo de cultura e educação: a personagem criada pela profª Silvana Schilive conquistou gerações e agora ganha revista comemorativa
Era para ser apenas uma apresentação pontual, um recurso lúdico para convencer idosos a tomarem a vacina contra a gripe H1N1 em 2005. Mas daquela ideia nasceu algo muito maior: a Vó Totonha. A velhinha alegre, destemida e cheia de histórias ganhou vida pela professora de Língua Portuguesa Silvana Schilive, de Nova Laranjeiras, e se transformou em um símbolo de amor pela educação, pela cultura e pela comunidade. Duas décadas depois, a personagem soma incontáveis apresentações, sorrisos e lembranças que se espalham por toda a região.
Uma avó que nasceu do improviso
A Vó Totonha surgiu quando a então secretária de Saúde, Marisa Rodrigues, pediu a Silvana que elaborasse uma peça teatral humorística para combater boatos de que o governo queria “acabar com os idosos”. A professora, que sempre usou o teatro como ferramenta pedagógica, criou uma velhinha falante e cheia de histórias — inspirada em um personagem do livro O menino do engenho, de José Lins do Rego.Com um vestido antigo dado por uma amiga, uma peruca usada, uma mala herdada da tia Laura e um radinho companheiro, Totonha começou a ganhar corpo e alma. “Sou produzida com um pedacinho de cada um que viu em mim a importância do meu trabalho”, resume Silvana.
Duas décadas de gerações encantadas
Olhar para trás é inevitável. “Sempre que paro para pensar nestas duas décadas, um filme passa na minha cabeça. Mal sabia eu que aquela sementinha de sonho ia se transformar em uma árvore tão grande e cheia de vida”, conta Silvana.O público mudou, mas a magia permaneceu. Crianças que antes se encantavam com as histórias agora levam seus filhos para conhecer a vovó mais querida do teatro regional. “Isso não tem preço”, emociona-se.
Entre risadas, imprevistos e emoções
A trajetória da Vó Totonha coleciona episódios engraçados, como a vez em que a bermuda usada por baixo do vestido quase caiu no meio da apresentação. Mas também houve momentos comoventes: uma menina que não queria largar do colo da vovó, alunos que escreveram cartinhas emocionadas, e até um reencontro com um ex-aluno que, anos depois, levou o filho para agradecer.“Celebrar 20 anos de histórias é muito mais do que contar o tempo. É celebrar a certeza de que a magia de uma boa narrativa nunca envelhece”, afirma Silvana.
Uma revista para marcar a comemoração
Para registrar a trajetória, Silvana lançou uma revista comemorativa. Nela, reuniu histórias, poemas, fotos e lembranças desses 20 anos de estrada. “Meu trabalho sempre foi voluntário, mas a revista será comercializada para que este legado continue vivo e acessível”, explica.
Vó Totonha, um pedaço de cada um
Mais do que um personagem, a Vó Totonha é um elo afetivo entre gerações, uma presença que ensina, diverte e emociona. De Nova Laranjeiras para o mundo, a vovó que nasceu para desmentir boatos hoje se firma como uma contadora de histórias que transforma realidades.
E assim, entre risadas, improvisos e lágrimas de emoção, Vó Totonha segue provando que boas histórias não envelhecem: apenas se renovam a cada olhar curioso, a cada criança que escuta pela primeira vez, a cada coração que se deixa tocar.