Amazonense radicado em Laranjeiras, Daniel Costa inicia trajetória no MMA com vitória

Laranjeiras do Sul começa a assistir a revelação de um novo talento das artes marciais. Aos 27 anos, Daniel Costa venceu, no sábado (24), Allan Lima, pelo circuito de MMA “Gladiator Combat Fight”, em Palmeira. Eles disputaram a luta pela categoria 84 quilos. Foi a primeira luta de ambos na modalidade.

De acordo com Daniel, o favoritismo era do adversário. “Ele tinha um retrospecto de umas cinco lutas vitoriosas no amador. O cartel era perfeito para ele ganhar, tanto que o dono do evento me disse que ‘pagou pra ver’. Depois, me contaram que fui subestimado. Eu estava pulando de iniciante para intermediário, ele estava prestes a chegar a um status avançado”, conta.

Nas lutas, o peso de uma derrota é maior do que em outras modalidades, como no futsal e no vôlei. Daniel explica que, em razão de serem modalidades individuais, um jejum de vitórias desvaloriza o lutador, o que pode ser um calvário para a carreira. Por isso, a relevância de Daniel ter estreado com vitória.

“Isso conta para que você seja convidado para grandes eventos. Daqui há um ano, por exemplo, se eu estiver com cinco vitórias e nenhuma derrota, chamará a atenção. Quando você coloca um atleta com um histórico de derrotas num evento, a tendência é de desprestígio, provavelmente não chamará a atenção do público”.

Daniel Costa comemora vitória no “Gladiator Combat Fight”
Foto: 1º Round

Trajetória

Natural do Amazonas, Daniel Costa é oriundo do jiu-jítsu. Há três anos, ele deixou o norte do país e rumou para São Paulo. Seis meses depois, desembarcou em Laranjeiras do Sul. O atleta veio à ex-capital do Território Federal do Iguaçu para investir no sonho de ser um grande lutador. Aqui, teve o primeiro contato com o muay-thai. E, unindo habilidades nas duas modalidades, adentrou ao MMA.


Terra-natal

O Amazonas já é reconhecido como um berço de talentos das artes marciais. José Aldo – só para citar um dos mais notórios nomes do UFC do Brasil – nasceu no estado da região norte.

De acordo com Daniel, por lá, a popularidade das lutas, principalmente do jiu-jítsu, é maciça. “Historicamente, a primeira academia de jiu-jítsu do Brasil é de Manaus. Os precursores da modalidade passaram lá. É um estado de muita desigualdade social, mas onde o povo tem muita vontade de vencer. Eu vim de família humilde e iniciei em projetos sociais”.

Por sua vez, o Paraná é também o destino de muitos desses lutadores amazonenses. A própria pacata Laranjeiras recebe de quando em vez um deles, como no caso de Klidson Abreu, que projetou sua carreira por aqui até alçar o posto no UFC.

“No Amazonas, apesar de tudo, as oportunidades são raras, não há o incentivo para a projeção de uma carreira profissional. O Paraná é o polo do muay-thai. Então, quando você  

já é bom de chão e chega em um local para treinar a parte ‘de cima’ do corpo, une o útil ao agradável”, explica.


Próximo desafio

Daniel agora vive a expectativa do próximo empate, aguardado para o início de 2021, pelo mesmo evento, em Jurerê/SC.

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