Izadora Motta conquista título nacional e leva Guaraniaçu ao pódio em Goiás
Evento consagrou também o jovem laçador de Candói, Estevão Araújo, que homenageou Gean Padilha, de Marquinho, vítima de acidente recente
O município de Guaraniaçu foi representado no maior encontro da Tradição Gaúcha do país. Durante a 21ª edição da Festa Campeira Nacional de Campeões (Fecars) realizada de 23 a 25 de julho no CTG Nova Querência, em Cristalina (GO), a pequena grande laçadora Izadora Motta, de apenas 11 anos, conquistou o 1º lugar na categoria Laço Equipe Prenda Mirim. Representando o CTG Porteira do Paraná e o Estado do Paraná, ela se destacou entre competidores de todo o Brasil e emocionou a todos com sua determinação e talento.
“Foi meu sonho realizado”
Izadora começou a laçar ainda muito pequena, aos quatro anos, na modalidade de vaquinha parada. Com o passar do tempo, colecionou títulos — entre eles dois campeonatos paranaenses e um vice-campeonato brasileiro. Este ano, deu um novo passo na carreira: encarou pela primeira vez a competição montada em cavalo, na categoria Prendinha Mirim, destinada a atletas de até 12 anos. “Comecei na vaquinha e sempre digo que foi a base de tudo. Esse ano, foi a primeira vez que lacei boi em um nacional. Fiquei nervosa, porque tive que usar uma égua emprestada, e não a minha. Caí, chorei, mas me levantei. No final, deu tudo certo. Ganhar esse título foi uma emoção enorme”, conta Izadora.
Para ela, a vitória tem um sabor ainda mais especial. “Sempre sonhei em deixar meus avós e minha mãe orgulhosos. Meus avós têm 87 e 92 anos. Quando cheguei na escola depois da viagem, meus amigos me abraçaram com muita alegria. Eles acompanharam tudo à distância, torceram, e ficaram tão felizes quanto eu. Até o pessoal do terceirão veio me dar parabéns. Foi uma sensação incrível ser reconhecida por todo mundo, ver que o que eu faço é valorizado. Isso me motivou ainda mais”, relatou, emocionada.
Mais de 100 conquistas
A mãe, Zilda Maria Motta, acompanhou cada etapa da trajetória da filha. “Ela tem 118 troféus, medalhas e fivelas conquistadas em competições municipais, regionais e estaduais. Agora, ela soma dois títulos nacionais. É um orgulho imenso”, diz.
Zilda também revela os bastidores da viagem para Goiás: “Levar o cavalo dela até lá custaria caro e estava fora das nossas possibilidades. Mas, com o apoio do prefeito Ronaldo Cazella, conseguimos transporte em uma van com outros participantes. A égua que ela usou foi emprestada por um tradicionalista de Mato Grosso. Mesmo com todos os desafios, ela teve força e superação”.
Reconhecimento oficial
Ao retornar para Guaraniaçu, Izadora foi recebida pelo prefeito no gabinete. O encontro contou também com a presença da mãe e de representantes da secretaria de Esportes. “A vitória da Izadora mostra que, quando há talento, apoio e dedicação, os sonhos se tornam possíveis. Ela é um exemplo para todas as crianças e jovens do nosso município”, afirmou o prefeito Ronaldo Cazella, destacando o compromisso da gestão com o incentivo ao esporte e à cultura tradicionalista.
Apoio ao talento local
A secretária de Esportes, Márcia Malanchem, celebrou a conquista com orgulho. “Ver a Izadora brilhando nacionalmente é motivo de muita alegria para todos nós. Ela é prova de que, mesmo tão jovem, com esforço e incentivo, é possível alcançar grandes feitos. Nosso papel, como gestão, é justamente apoiar e abrir caminhos para talentos como o dela. E que bonito ver o reconhecimento não só oficial, mas também da comunidade escolar e dos amigos. Isso fortalece ainda mais esse espírito de superação e pertencimento que ela carrega”.
Conquistas na Cantu têm brilho e homenagem
A Cantuquiriguaçu foi muito bem representada na Festa Campeira Nacional em Goiás por jovens talentos de municípios como Diamante do Sul e Candói.
Um dos grandes destaques foi o pequeno Estevão Miguel Araújo, de Candói, que conquistou o título de Campeão Brasileiro na categoria Equipe de Piá. Mas sua vitória carregou um significado ainda mais profundo: Estevão laçou também pelo amigo Gean Carlos Padilha, de Marquinho, que faleceu tragicamente em um acidente cerca de 15 dias antes da competição.
Gean sonhava em disputar o nacional, e sua ausência comoveu laçadores de diversos CTGs. Para homenageá-lo, Estevão entrou na pista com uma fita preta no braço, em sinal de luto. Em um momento emocionante durante o evento, a organização soltou um boi solitário e dedicou a narração a Gean.