2º Encontro do Agosto Lilás é realizado em Laranjeiras do Sul

Evento que reuniu centenas de mulheres contou com diversas atividades e palestras relacionadas as ações e prevenção da violência doméstica no município

Na manhã desta sexta-feira (26) a prefeitura de Laranjeiras do Sul, por meio da secretaria de Assistência Social e Segurança da Família com o apoio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS) e do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, realizou o 2º Encontro do Agosto Lilás no Cine Teatro Iguassu.

O evento foi aberto ao público e contou com a presença de escolas, das Agentes de Saúde e da população em geral, que foram recepcionados com um coffe break, que antecedeu a abertura oficial.

O mês de agosto é marcado pela promulgação da Lei Maria da Penha (Lei n º 11.340/06), que garante proteção especial à mulher vítima de violência doméstica. Em consonância com essa data, surge a campanha “Agosto Lilás”, que tem como objetivo a conscientização da população sobre os tipos de violência contra a mulher e como combatê-las.

Abertura do 2º Agosto Lilás

Com objetivo de dar visibilidade ao tema, ampliar os conhecimentos e auxiliar as mulheres que sofrem com as violências, várias ações foram desenvolvidas em Laranjeiras. Esclarecendo as diversas formas de violência doméstica que existem, os direitos das mulheres e a necessidade da equidade de gênero.

Os dados evidenciam que a violência contra a mulher afeta todas as classes sociais, idades, nível de escolaridade, raças e religiões. Por isso a campanha de ‘Agosto Lilás’ incentiva quebrar o silêncio em caso de violência.

O vice-prefeito Valdemir Scarpari, destacou sua relação com o tema, pois durante um período trabalhou na saúde. “Ocorriam principalmente a violência doméstica, de seus parceiros. Muitas vezes atendidas pela nossa equipe de enfermagem e médicos, elas não tinham coragem de relatar o que ocorria e quem as agredias. Por isso essas ações são importantes e devem continuar”.

A secretária de Assistência Social Regiane de Fátima Nunes de Castro, que esteve presente no evento e abriu a rodada de falas, discursou bastante emocionada, relembrando que as ações do dia, apesar de importantes, não seriam necessárias caso a situação não se perpetuasse. “Diariamente quando vemos situações de violência, pensamos que elas não acontecem em Laranjeiras. No período de janeiro de 2020 a maio de 2022, foram registradas mais de 500 mil medidas protetivas no Brasil”, destaca.

Regiane ainda destacou o papel das mulheres na conscientização e no alerta a outra que estejam passando por isso. “Se você percebe que alguém é vítima de violência, seja você a pessoa a ligar pra nós pedindo ajuda”. Ela completa dizendo que “O poder público e Secretaria de Assistência Social está aqui para atender. As políticas públicas começam nas ações, no dia a dia. Não podemos esperar acontecer, mas sim zelar para que não ocorram”, finaliza Regiane.

Assistência e Justiça

A presidente do Conselho da Mulher Franciele Marques Coelho da Silva Minotto, fez referência a Lei Maria da Penha em sua fala. “Com 16 anos de existência, a lei tem sido muito eficaz. Nós do conselho estamos sempre no atendimento com as vítimas de violência aqui do município e trabalhando no sentido de discutir as políticas públicas para os direitos das mulheres. Só por meio dessas ações que vamos conseguir avançar na conscientização e incentivar que essas mulheres nos procurem, pois estamos aqui para recebê-las.

Segundo a Juíza da vara Criminal Família, Infância e anexos Daiana Schneider, a importância de ampliar os diálogos para que as informações cheguem aos lugares mais afastados. “Além disso, agora é possível contar com o ‘dispositivo do pânico’ que está no aplicativo 190 da Polícia Militar do Paraná, onde mulheres vítimas de violência, que tenham medida protetiva e autorização judicial podem usar”, diz.

Para acionar esse serviço a vítima desliza o botão vermelho, que fica na parte inferior da tela inicial do app e selecionar o nome do agressor que está violando a medida. A partir desse momento, a Polícia Militar é acionada e o aplicativo faz uma gravação de um minuto do som ambiente.

A palestra Magna, foi com Ana Claudia Silva Abreu, Doutora em Direito, com experiência e ênfase em Direito Penal, além de ser autora da obra: Denúncias de Feminicídios e Silenciamentos: olhares descoloniais sobre a atuação do sistema de justiça criminal.