Laranjeiras do Sul: Cras recebe 2ª edição da Operação Maria da Penha que visa combater feminicídio

Segundo Regiane Castro, a secretaria de Assistência Social de Laranjeiras busca ofertar uma rede de proteção cada vez mais humanizada

O Centro de Referência de Assistência Social (Cras) recebeu na quinta-feira (15) em Laranjeiras do Sul palestras da 2ª edição da Operação Maria da Penha. O objetivo da ação é, além de tratar sobre violência doméstica contra a mulher, obter um panorama das ações que o município tem prestado no atendimento das vítimas de violência.

Em Laranjeiras e região as ações estão sendo coordenadas pelos Policiais Militares (PM’s) Luana Dias Schuarcz e João Márcio de Oliveira. O PM’s estão visitando todas as regiões para conhecer a realidade, se os canais de denúncias estão funcionando e se há uma boa comunicação entre os órgão da rede de enfrentamento e atendimento.

Segundo a soldado Luana, o objetivo é identificar demandas que a polícia possa auxiliar a resolver. “Vamos passar por 15 municípios. Já visitamos Cantagalo, Virmond, Santa Maria, Manoel Ribas, Pitanga, Candói e, agora, estamos em Laranjeiras. Aqui, na região, vamos ainda para Rio Bonito do Iguaçu e depois no norte, em Mamborê, Ivaiporã, Goioerê e outros”, menciona.

Atendimento em Laranjeiras

Segundo a secretária de Assistente Social Regiane Castro, a estrutura de atendimento as mulheres vítimas de violência doméstica tem sido aperfeiçoada em Laranjeiras. “No início, nem sala própria havia na delegacia. As mulheres relatavam para a assistência que, além da demora, elas ficavam constrangidas em prestar o depoimento na frente de todos”, menciona Regiane.

“É importante que no primeiro contato com as vítimas, a polícia civil preste um atendimento humanizado. Levando sempre em consideração um discurso preocupado com a privacidade e sensibilidade da mulher no momento do depoimento”, enfatiza Regiane.

Operação Maria da Penha

Mais de 127 mil mulheres foram atendidas durante a primeira edição da operação, que contou com a participação de 108,6 mil profissionais de todas unidades administrativas. De acordo com o último balanço, a operação resultou em 14,1 mil prisões e 39,8 mil medidas protetivas requeridas ou expedidas por todo Brasil.

Casos de violência contra mulher em Laranjeiras

Segundo Luana, Laranjeiras chamou a atenção pelo alto número de acionamentos do botão do pânico, serviço que é disponibilizado no aplicativo 190 da Polícia Militar do Paraná e pode ser utilizado pelas vítimas que possuam medida protetiva em vigor contra o agressor.

“Poucos municípios que visitamos tem utilizado o botão, os principais são Laranjeiras e Pinhão”, aponta Luana.

De acordo com a juíza de direito da Vara Criminal e Anexos da Comarca de Laranjeiras Daniana Schneider, que esteve presente no evento, em várias oportunidades têm sido incentivado o uso do recurso. “Ele permite o acionamento mais rápido de ajuda pela vítima e é positivo saber que elas estão utilizando esse canal”, ressalta.

A juíza destacou que a demanda de medidas protetivas em Laranjeiras é alta e que por conta disso estão emitindo medidas com duração maior. “Diariamente deferimos e revogamos pelo menos uma medida protetiva, um fluxo grande. Por conta disso, aumentamos o prazo da medida, enquanto a maioria das Comarcas são seis meses, aqui, expandimos para um ano a pedido do Ministério Público. Essa estratégia visa desafogar o fluxo e garantir a proteção da mulher, pois há muitas revogações”, cita Daniana.