Laranjeiras: equipes de enfermagem realizam hoje mobilização em protesto ao veto do piso salarial

“Gostaríamos que as pessoas lembrassem o quanto fomos importantes durante a pandemia. Enquanto muitos pularam fora, nós da enfermagem permanecemos trabalhando, nos dedicando e arriscando nossas vidas pela população” destaca a enfermeira Liliam Bortoluzzi

Na tarde desta terça-feira (21), técnicos e enfermeiros realizarão uma mobilização em todo o país em protesto ao veto do reajuste do piso salarial dos profissionais da área.

Na última semana no dia 5, o ministro do STF Luíz Roberto Barroso derrubou o projeto do reajuste salarial que havia sido aprovado pelo Senado e pelo presidente da República, com a justificava que o teto de gastos seria ultrapassado com a medida o que poderia causar um rombo na economia do país.

Os protestos contra o veto ocorrem em todo o país nesta terça-feira. Em Laranjeiras, a classe iniciará a mobilização em frente ao Hospital São Lucas, às 17h30, e seguirá até a praça José Nogueira do Amaral.

A enfermeira Liliam Bortoluzzi enfatiza o intuito do movimento. “Nosso piso salarial foi aprovado e sancionado pelo presidente em agosto. Alguns municípios como Laranjeiras, Cantagalo e outros da região se adequaram e já estão remunerando os profissionais pelo novo piso”.

Liliam afirma que o reajuste não irá falir o país como está sendo amplamente divulgado. “O piso salarial é justo e necessário, não é um reajuste com salários abusivo como de um juiz ou de outras profissões de ensino superior”.

Ela diz que antes da lei ser sancionada o Conselho Federal de Enfermagem (Cofem) fez um estudo para analisar se o país poderia financeiramente suportar o novo piso e o resultado apontou que não haveriam problemas. Liliam enfatiza a grande desigualdade que existe entre os pagamentos ao redor do Brasil. “Há lugares que auxiliares de enfermagem trabalham seis horas por dia e no fim do mês recebem R$ 1 mil”.

Protesto local

Sobre o protesto em Laranjeiras Liliam destaca. “Laranjeiras assim como Cantagalo e outros municípios se adaptaram ao piso e já estão realizando os pagamentos certos. O movimento que faremos não será uma paralisação e sim um protesto como forma de luta pela classe, pelos outros enfermeiros e técnicos do país que não receberão o ajuste”.

“Gostaríamos muito que as pessoas lembrassem o quanto fomos importantes durante a pandemia da Covid-19. Enquanto muitos pularam fora, nós da enfermagem que permanecemos trabalhando, nos dedicando e arriscando nossas vidas pela população”.

A enfermeira explica sobre os custos do reajuste. “Para quem acha que vamos falir o Brasil, podem ficar tranquilos que não vamos falir não. O reajuste não é absurdo e tão alto assim. O piso é de R$ 4.750 para enfermeiros; para técnicos 70% do valor que corresponde a R$ 3.325 e para auxiliares e parteiras 50% que corresponde a R$ 2.375. Não é um piso salarial super elevado, ninguém vai ficar rico e o salário que pedimos é para alimentarmos nossas famílias com um pouco mais de segurança” finaliza Liliam.