Homem é preso 27 anos após assassinar a esposa

Condenado por assassinar a esposa, ele usou documentos falsos para viver em outra cidade, onde se casou novamente e teve filhos. Ele também responde por outro homicídio cometido em 1998, em Joinville

A prisão de José Airton Lucas, 27 anos após assassinar a esposa em Palmital, revela novos desdobramentos sobre sua vida após o crime. Preso na última quinta-feira (28) em Diamante do Sul, ele era foragido desde 1997, quando matou a esposa, com quem teve dois filhos, após uma discussão. A Polícia Civil descobriu que, além de cumprir uma pena de 13 anos pela morte da esposa, Lucas também passou a responder por outros crimes, incluindo o uso de documentos falsos e um homicídio cometido em Joinville, em 1998.

O crime

Em 21 de dezembro de 1997, após um desentendimento, José Airton desferiu cinco facadas contra a esposa, que não resistiu aos ferimentos e morreu. Após o crime, o homem fugiu de Palmital levando um dos filhos e utilizando documentos roubados de um vizinho. Ele seguiu para Santa Catarina e, posteriormente, se estabeleceu em Diamante do Sul, onde assumiu a identidade do vizinho, nomeado “Nelson Pereira”.

Durante os 19 anos em que viveu em Diamante do Sul, José Airton se casou novamente e teve dois filhos com a nova esposa. Os filhos, registrados com a identidade falsa, e a esposa afirmaram à polícia que desconheciam o verdadeiro nome e a história criminal de Lucas.

Buscas

A investigação sobre seu paradeiro teve início há cerca de cinco meses, quando a polícia iniciou uma varredura em mandados de prisão em aberto na comarca. Após identificar que ele nunca havia sido encontrado após a condenação, os investigadores rastrearam as redes sociais dos filhos mais velhos de Lucas. Foi por meio de uma conexão em um perfil de nome semelhante ao de José Airton que a polícia conseguiu localizá-lo.

A prisão foi realizada enquanto Lucas trabalhava de forma informal em uma fazenda na região de Diamante do Sul. Durante as investigações, os donos da propriedade, ao serem questionados sobre um homem chamado “Nelson Pereira”, confirmaram o nome falso, que estava registrado na identidade furtada.

Outras condenações

Além da condenação pela morte da esposa, José Airton agora enfrentará acusações relacionadas a outro homicídio cometido em Joinville, em 1998, onde matou um homem a tiros dentro de uma boate. Ele também responderá por posse irregular de arma de fogo, apreendida no momento de sua prisão, e pelo uso de identidade falsa.

A polícia ainda investiga como o homem conseguiu se esconder por tanto tempo sem ser identificado, e como nunca houve conflito entre os documentos falsos e os dados do verdadeiro titular da identidade roubada.