80% dos jovens entre 11 e 20 anos sofrem com acne

A esteticista Emilly Fernandes e a influencer Laura Smuczek falam sobre tratamentos e prevenção contra espinhas. “É preciso paciência. Com orientações corretas e cuidado, a pele melhora e a autoestima também”, diz Laura

A adolescência, esse período cheio de descobertas e desafios, também traz consigo um “convidado” indesejado que muitos conhecem bem: a acne. Cerca de 80% dos adolescentes, entre os 11 e 20 anos de idade passam por esse problema, com lesões que variam desde cravos até cistos. Essa condição dermatológica pode deixar cicatrizes duradouras na pele e emocional dos jovens, se não for tratada de maneira adequada. Em entrevista ao Jornal Correio do Povo do Paraná, a esteticista Emilly Fernandes detalha sobre sintomas, tratamento e prevenção, enquanto a influencer de Candói, Laura Smuczek relata sua experiência utilizando o Roacutan, indicado em últimos casos pelos efeitos colaterais.

Sintomas

De acordo com Emilly, a diferença nos sintomas entre adolescentes e adultos não é expressiva, mas as causas divergem. Enquanto na adolescência a acne é desencadeada pela produção de hormônios sexuais que afetam as glândulas sebáceas, na idade adulta, a sensibilidade aumentada aos hormônios masculinos se torna o principal fator desencadeante. “O impacto dos fatores hormonais no desenvolvimento da acne é evidente, principalmente quando os níveis de testosterona estão elevados, resultando em uma produção excessiva de óleo e tornando a pele propensa a espinhas e cravos”

Tratamento

A esteticista destaca que o tratamento convencional da acne em jovens inicia-se com a busca por um profissional esteticista, que realiza uma limpeza de pele e desenvolve uma rotina de skincare adaptada às necessidades específicas de cada paciente.

Entretanto, o tratamento da acne em adolescentes apresenta desafios, pois em alguns casos, hábitos prejudiciais e má alimentação podem interferir nos resultados dos tratamentos. “Para casos mais graves, o Roacutan é frequentemente prescrito, sendo recomendado especialmente em situações classificadas como acne grau 3. Apesar de seus resultados satisfatórios, é importante considerar os potenciais efeitos colaterais, como ressecamento da pele, mucosas, dores de cabeça, queda de cabelo e alergias”, informa.

Duplo cuidado

Para Emilly, a colaboração entre esteticistas e dermatologistas é crucial no processo de tratamento da acne em adolescentes. O esteticista desempenha um papel importante, cuidando da sensibilidade da pele por meio de hidratações profundas e recomendando skincare adequado, enquanto um dermatologista receita tratamentos mais intensos e com medicamento, caso necessário.

“Essa colaboração interdisciplinar, aliada a hábitos saudáveis, como boa alimentação e atividade física, é fundamental para o sucesso do tratamento. Além dos cuidados médicos, é essencial adotar uma rotina diária que inclua o uso de sabonete líquido neutro, hidratante e protetor solar para manter a pele sempre hidratada”, completa.

Depoimento compartilhado

A influencer de Candói, Laura Smuczek, tem sido uma voz corajosa ao compartilhar sua jornada de tratamento contra a acne na adolescência em suas redes sociais, principalmente no Instagram. Laura, que inicialmente hesitou em revelar suas lutas com a pele, optou por documentar seu processo, buscando conscientizar seus seguidores sobre a realidade do tratamento da acne.

Desde a adolescência, ela enfrenta desafios relacionados à acne inflamada, oleosidade excessiva e inúmeras tentativas de tratamentos, incluindo medicamentos, produtos e protocolos de procedimentos. “Confesso ter cedido à tentação de espremer as espinhas, uma prática que hoje reconheço como prejudicial. Como sofri desde cedo com acne, resolvi compartilhar no Instagram sobre o assunto. Muitos seguidores relataram passar pelo mesmo problema”, conta a influencer.

A mudança em sua jornada ocorreu quando sua ginecologista sugeriu o Roacutan como uma última opção. Após pesquisa e consultas com dermatologistas, Laura decidiu embarcar no tratamento em abril de 2023, consciente dos desafios que enfrentaria. “Já compartilhava sobre os cuidados com a minha pele no Instagram e, no começo, eu decidi que não ia compartilhar, mas com a fase da piora dos primeiros meses, foi difícil ‘esconder’ e acabei fazendo um vídeo para que as pessoas entendessem que era um processo, e ia passar”, compartilha Laura.

Os primeiros meses do tratamento foram os mais difíceis, com uma piora notável na acne, resultando em um rosto inchado e dolorido. Laura enfrentou questionamentos sobre a decisão de iniciar o tratamento e lidou com as expectativas das pessoas por resultados imediatos. “Me questionei muito se tinha tomado a decisão certa, era uma dor e ardência constante no rosto, e cada dia apareciam mais e mais espinhas”, relata.

Ela lembra que a forma como as pessoas reagiam à sua pele também a afetou. “Foi algo muito rápido, e todas as pessoas queriam me passar uma receita milagrosa que faria sumir todas as espinhas. Isso era extremamente desgastante”.

Aos 8 meses de tratamento, Laura destaca melhorias nos efeitos colaterais, especialmente na pele e no cabelo. Ela enfatiza a importância de seguir as orientações dos profissionais de saúde, adotar uma rotina de cuidados e usar produtos adequados. “Entendo quão é desesperador para um jovem passar por esta fase. Além da saúde, a autoestima também é afetada. Na busca pela melhora da pele, minha indicação é melhorar a alimentação e procurar um dermatologista”, recomenda. Por fim, Laura afirma que está ansiosa pelo fim do tratamento, pois a melhora é evidente. “Tenho mais três meses de tratamento, mas já estou com um bom resultado previsto, embora tenha ficado com algumas cicatrizes e manchas. Com os produtos certos e acompanhamento com profissionais adequados, minha pele está cada vez melhor”, finaliza a influencer.