Você sabia que a alta frequência é uma aliada no combate à desidrose?
Procedimento com alta frequência acelera a regeneração da pele e reduz a coceira intensa. Técnica tem ajudado pacientes a recuperar conforto e qualidade de vida
A desidrose é uma condição de pele caracterizada por pequenas bolhas de líquido nas mãos e nos pés, geralmente nas laterais dos dedos. Apesar de não ter causa única definida, podendo estar ligada a fatores psicológicos, como estresse e ansiedade, ou dermatológicos, como alergias e exposição a produtos químicos, ela impacta diretamente a qualidade de vida de quem convive com crises recorrentes. Em Laranjeiras do Sul, a nail designer e podóloga Lígia Marra oferece um tratamento alternativo: a alta frequência, técnica que acelera a regeneração da pele e auxilia na recuperação dos tecidos, e o Jornal Correio do Povo conversou com ela, diretamente do ‘Espaço Lígia Marra’.
Do acaso à prática clínica
“Eu não vou mentir e dizer que me especializei nisso propositalmente. Na verdade, foi quase por acaso”, lembra Lígia, ao contar como começou a oferecer a alta frequência em seu espaço. Especialista em onicocriptose (unhas encravadas), ela começou a identificar sinais de desidrose em clientes que nem sabiam o que era a condição. “Via as bolhas, fissuras, coceira intensa por parte dos pacientes, e comecei a usar a alta frequência para aliviar os sintomas. Um caso extremo me marcou: a cliente chegou com os pés em estado avançado e eu a encaminhei para a dermatologista, que recomendou que ela mantivesse o tratamento comigo. Foi o que me deu segurança para continuar”. Hoje, ela atende casos recorrentes e mantém a terapia há mais de dois anos.
Como funciona a alta frequência
O equipamento libera íons de ozônio que atuam como bactericidas e fungicidas, prevenindo infecções secundárias. “O aparelho aumenta o fluxo sanguíneo, acelera o metabolismo celular e potencializa a regeneração do tecido”, explica. Além disso, a técnica auxilia na permeação de medicamentos e pomadas, tornando o tratamento dermatológico mais eficaz. Outro benefício apontado por Lígia é a cicatrização de fissuras e lesões provocadas pela coceira intensa, um dos sintomas mais incômodos da desidrose. “Já ouvi muitos relatos de que a coceira chega a ser insuportável. A alta frequência ajuda a cauterizar essas feridas, acelerando a recuperação”, completa.
Questionada se causada dor ao paciente, Lígia afirma ser indolor. “Não dói, não causa desconforto, no máximo uma vibração leve. Os resultados podem ser vistos já após duas ou três sessões, dependendo do grau da desidrose, outros precisam de mais tempo. Depende da gravidade e se a condição é crônica”, explica a profissional.
Alta frequência ou laser?
Embora ambas as técnicas tenham finalidades semelhantes, Lígia destaca que a diferença está na tecnologia e no custo: “O laser é maravilhoso, mas tem custo elevado e tornaria o tratamento inacessível para muita gente. A alta frequência me permite manter preços justos, sem cobrar a mais dos meus clientes. Prefiro priorizar o acesso”.
Sobre reincidência, Lígia é cautelosa: “A alta frequência alivia os sintomas e pode retardar o retorno das lesões, mas não garante que elas não voltem. Tudo depende dos gatilhos: estresse, frio, calor, alergias. Por isso, sempre recomendo que o tratamento seja associado ao acompanhamento dermatológico e a cuidados caseiros, como hidratação constante. A saúde da pele reflete o que acontece dentro da gente”.
Mais aplicações da técnica
Apesar do foco na desidrose, Lígia também utiliza a alta frequência em outros atendimentos podológicos. “Ajuda em processos inflamatórios, cicatrização de fissuras, granulomas e até no tratamento de unhas encravadas. É um recurso muito versátil”, diz.Ela lembra, no entanto, que há restrições: gestantes e pessoas com marca-passo ou stent cardíaco não devem receber esse tipo de terapia.
A primeira cliente atendida por Lígia com desidrose foi também a que mais marcou sua trajetória. “Era um caso muito grave, com bolhas que tomavam até a parte superior do pé. Eu a encaminhei para uma dermatologista, que validou meu trabalho e recomendou que ela continuasse comigo. Ela me disse que se sentiu amada e cuidada, e isso foi essencial para sua melhora. Muitas vezes, aqui na minha cadeira, o tratamento vai além do físico. A gente conversa, ouve, acolhe… esse reconhecimento me deu confiança e a paciente segue em tratamento até hoje”, conta.
A importância de cuidar
Para Lígia Marra, a alta frequência não é apenas uma ferramenta estética ou clínica: é um recurso que devolve dignidade, confiança e bem-estar aos pacientes. “Já vi fissuras cicatrizarem, crises intensas diminuírem e pessoas retomarem suas rotinas com menos sofrimento. Mas o mais importante é entender que cada caso é único e que o cuidado vai muito além de uma sessão: envolve disciplina, acompanhamento médico e equilíbrio emocional. “Muitas vezes, na minha cadeira, a pessoa encontra espaço para desabafar, falar do que a aflige. Eu acredito que a gente não trata só pés e mãos, a gente trata pessoas”.



