Guerra entre Rússia e Ucrânia toma novas proporções após insurgência de grupo de mercenários

“Isso é só o capítulo mais recente no livro de derrotas que Putin escreveu para ele mesmo e para a Rússia”, afirmou o secretário de Estado, Antony Blinken

Na última semana, a guerra entre Rússia e Ucrânia tomou novas proporções quando o chefe do grupo de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, criado há quase dez anos para atender aos interesses de Vladimir Putin, se rebelou e tomou com facilidade a cidade russa Rostov, ameaçando avançar até Moscou.

Rostov desempenha o papel de centro militar do país. Moradores da cidade gravaram os combatentes do grupo mercenário assumindo posições estratégicas em veículos blindados e tanques de batalha.

Marcha por justiça

Prigozhin afirmou que a marcha era uma resposta aos planos do Ministério da Defesa da Rússia para acabar com o grupo até o fim do próximo mês. “Não estamos marchando para derrubar a liderança da Rússia. O objetivo era evitar a destruição do grupo Wagner e chamar a atenção dos funcionários que, por meio de suas ações não profissionais, cometeram muitos erros”, disse ele.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse que a rebelião era uma ‘traição’ e chamou o movimento de ‘uma facada nas costas’.

Em um áudio Prigozhin insistiu que o objetivo da marcha a Moscou não era “um golpe militar”, mas “uma marcha por Justiça”, para remover comandantes corruptos e como ele citou, incompetentes.

A derrota de Putin

Em uma entrevista no último domingo (25), o secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken, afirmou que a rebelião do grupo representa uma ‘recente derrota’ para o presidente Putin. “É muito cedo para dizer se o grupo está sendo desmantelado. Isso pode durar semanas e até meses. E só cria um outro problema para o Putin. Isso é só o capítulo mais recente no livro de derrotas que o Putin escreveu para ele mesmo e para a Rússia”, afirmou.

Para Blinken, o motim da equipe de mercenários representou um ‘desafio direto’ à autoridade de Putin e mostrou mais “rachaduras” emergindo na Rússia.

O presidente russo se vê em meio a contradições, pois em 2022 ele afirmou que o grupo Wagner não tinha ligações com o governo do país, porém nesta semana Putin afirmou que o grupo recebia investimentos e recursos da Rússia.

Gafe de Joe Biden

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, cometeu um equívoco na última quarta-feira (28). Ao ser questionado se o motim do grupo mercenário enfraqueceria a Rússia, Biden afirmou que Putin está enfrentando dificuldades na guerra no Iraque.

Informações apontam que o presidente americano se confundiu, e na verdade se referia à situação na Ucrânia, visto que foram os EUA que entraram em guerra com o Iraque, em 2003 e não a Rússia.