Plataforma Leia Paraná registra 3 milhões de horas de leitura entre estudantes da rede estadual
Em dois meses, ferramenta da rede estadual de ensino totaliza quase 2 milhões de livros emprestados aos estudantes e já é utilizada por 60% dos alunos
Engajar jovens no hábito da leitura tem se tornado cada vez mais difícil com o crescente interesse em jogos e conteúdo online.
A Secretaria de Estado da Educação lançou a plataforma Leia Paraná, com 60 títulos selecionados com base na faixa etária dos estudantes, diversidade de temáticas, adequação à Base Curricular Comum Curricular (BNCC), e outros critérios.
A plataforma oferece empréstimo de até três livros simultaneamente e exercícios para avaliar a compreensão e análise crítica dos estudantes.
Em apenas dois meses, a ferramenta já alcançou mais de 3 milhões de horas de leitura pelos estudantes, sendo utilizada por 60% dos estudantes da rede estadual. A Seed-PR destaca os impactos positivos da leitura na celebração do Dia Nacional da Educação (28 de abril).
Temas relevantes
O livro ‘Jeremias: Pele’, vencedor do Prêmio Jabuti 2019 na categoria Melhor HQ, foi escolhido pela professora Andreza dos Santos Moreira como parte de um projeto de leitura para os alunos do ensino fundamental II da Escola Estadual Dona Carola, em Curitiba.
A obra conta a história de Jeremias, um aluno exemplar que enfrenta o preconceito em sala de aula pela primeira vez. Ao longo da trama, são abordadas situações que expõem a presença do racismo estrutural na sociedade.
A atividade de leitura mostrou-se uma estratégia de engajamento eficaz, pois os alunos se envolveram nas tarefas propostas durante a leitura do livro. Através dessa atividade, eles puderam desenvolver habilidades e competências importantes de forma lúdica e autônoma.
“A ideia era fazer com que a leitura não se resumisse a ato de ler, apenas. Mas também que, a partir disso, habilidades e competências argumentativas, interpretativas e reflexivas também fossem desenvolvidas em sala”, revela a professora.
Reconhecimento
A aluna Ágata Cavalli, do 9° ano participou da atividade, a escolha para o projeto final foi a elaboração de um jogo de tabuleiro. Recontada a partir de perguntas e respostas, a história de jeremias evolui a partir da apreensão do conteúdo do livro por parte dos alunos.
“Nós caprichamos na montagem do jogo. Fizemos uma maquete representando todo o contexto do personagem desde o começo da história, na cidade, até o espaço sideral, que era onde ele sonhava chegar como astronauta”, conta Ágata.
Para Ágata, ainda mais relevante que o reconhecimento foi a reflexão fomentada a partir da leitura e das discussões em sala acerca do tema. “Reforçar a importância do combate a essa violência e identificar atitudes preconceituosas tanto no ambiente escolar quanto na Internet são o caminho para uma nova cultura social. Falar sobre isso é obrigatório caso desejemos uma sociedade mais justa e igualitária para as próximas gerações” afirma a estudante.