Estados do sul têm grande perda de soja, estimando 37,7% da colheita
Edson Gonçalves de Oliveira, Técnico do Deral/Seab de Laranjeiras explana sobre as perdas na região
A safra de soja 2021/22 no Brasil deve ficar próxima de 120 milhões de toneladas, enquanto no Paraná, as perdas são estimadas em 8.870 mi de t – referentes a 42%. A colheita deve ficar em 12.150 mi de t.
Os três Estados do Sul e Mato Grosso do Sul perderam, em conjunto, 21.515 milhões de toneladas ou 37,7% da estimativa inicial. Com isso, a safra nacional deve ficar próxima a 120 mi de t. “Se não houver boa compensação pelos Estados do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. A perda no Sul é bilionária, ultrapassando 65 bilhões de reais, um baque na renda dos agricultores e na economia”, explanou o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), Noberto Ortigara.
Paraná
A safra de soja paranaense teve um avanço na colheita chegando a 11% da área total, estimada em 5,6 milhões de hectares. A produção obtida no campo até agora está abaixo da expectativa inicial e, em algumas regiões, as perdas superam 50%. Das lavouras a colher, 36% têm condição boa, 33% condição mediana e 31% ruim.
Região
Foram apresentados dados na sexta-feira (4), referentes às perdas na safra de soja 2021/22 das cidades de Porto Barreiro, Rio Bonito do Iguaçu, Laranjeiras do Sul, Espigão Alto do Iguaçu, Nova Laranjeiras, Virmond, Marquinho, Quedas do Iguaçu, Guaraniaçu e Diamante do Sul, totalizando 149.700 hectares.
Segundo Edson Gonçalves, que é economista do Deral da região de Laranjeiras, a colheita da soja chegou aos 8% do total que foram semeados na safra da regional. “O andamento da colheita tem confirmado o efeito devastador que a estiagem provocou nas lavouras.”
A média de produtividade inicial era de 3.750 kg/ha, que ao ser comparada à média de produtividade atual – 2.045 kg/ha – decaiu em 45%.
No início da safra, a produção esperada era de 561.330 t da oleaginosa. Comparando-a à média de produção atual – 306.205t – a região perdeu cerca de 255.125 t, correspondendo à 45%. A perda financeira é de mais de R$ 765,3 milhões em relação a expectativa inicial. “No final do mês de dezembro e ao longo do mês de janeiro a região recebeu chuvas, que chegaram atrasadas e não reverteram o quadro geral de perda nas lavouras” – completa Edson.