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Para o especialista, Alexandre Mendonça de Barros, o cenário atual é favorável ao preço da soja

Em palestra promovida pelo Sicoob, o agrônomo e doutor em Economia Aplicada, explica que a recuperação do grão não acontecerá este ano.
“Talvez nas próximas duas safras mundiais teremos uma acomodação, por isso estamos otimistas com o cenário de preços”

Com stand no Show Rural de Cascavel, a Cooperativa Sicoob contou com a palestra de Alexandre Mendonça de Barros, engenheiro agrônomo e doutor em Economia Aplicada, explanou sobre a expectativa de preços e as tendências para o futuro da soja e do boi, responsáveis pelo movimento da economia na região.

Preço favorável

Alexandre explica que o cenário atual é favorável aos preços da soja, considerando quebras e perdas que a América do Sul registra tanto no Paraná e Rio Grande do Sul, quanto no Paraguai e Argentina. O grande volume de perdas totalizou cerca de 20 milhões de toneladas nos estados brasileiros e mais 15 se somados aos outros dois países.
“São volumes expressivos para o mercado global. A recuperação não ocorrerá nesse ano, talvez nas próximas duas safras mundiais teremos uma acomodação, por isso estamos otimistas com o cenário de preços”.

Para ele, na safra americana, com certeza o fator climático influenciará nos números, visto que o quadro de La Niña prejudicou o meio-oeste com a seca.  “Sigo otimista pois o real vem se fortalecendo pouco a pouco. O dólar estando R$ 5,30 segura o soja a R$ 200. Há pouco tempo, falava-se de câmbio de R$ 5,7 com relação ao dólar, o que difere hoje uma porcentagem de -10% só no real. O ano eleitoral e o debate político fazem a moeda perder seu valor, melhorando assim o preço da soja”.

Valor do bovino

Em relação ao preço do boi, percebe-se uma valorização na exportação. Nos Estados Unidos, o preço da carne aumentou visto que é o principal destino das exportações da proteína. “As compras chinesas voltaram, movendo a arroba à R$ 340. As demandas da Europa, onde estávamos com dificuldade em cumprir favorecem também o preço. Acredito que a oferta de gado fortalecerá e a exportação anual será sólida, mantendo o preço favorável”, conta Alexandre.

Fertilizantes e insumos

Em contrapartida do alto preço da soja, os valores do glifosato e dos fertilizantes também têm aumentado além da possível falta desses insumos.
“Os preços altos são fenômenos globais. Já o problema na importação de insumos como o cloreto de potássio, vindo da Bielorrússia – que corresponde a 20% do valor mundial – está embargada, assim como a Rússia, também exportadora do mesmo insumo. O choque nos preços do gás natural torna alto o valor da uréia nitrogenada. A China, responsável pelo fósforo, não está mais exportando”.

Segundo Alexandre, passado o inverno no hemisfério norte e a garantia do plantio até maio, as exportações podem normalizar, levando os preços a uma acomodação.
“Evidentemente, se não houver um conflito armado entre a Rússia e a Ucrânia, pois os dois países são grandes potências mundiais de trigo e de milho, no caso da Ucrânia, o que pode impactar nos preços dos grãos”, completa.

O palestrante

Alexandre Mendonça de Barros é especialista em agronegócio no Brasil.

Formado em Engenharia Agrônoma e Doutor em Economia Aplicada, todas pela ESALQ-USP, foi também professor do departamento de Economia, Administração e Sociologia da ESALQ, nas áreas de Macroeconomia, Desenvolvimento Econômico e Economia Agrícola.

Atualmente é membro dos Conselhos do Grupo Otávio Lage, do Frigorífico Minerva,

Guarita e Grupo Roncador. Membro do Comitê de Assessoria Externa da EMBRAPA

Pecuária Sudeste e do Conselho Superior do Agronegócio da FIESP e Professor Associado da Fundação Dom Cabral e Sócio Consultor da MB Agro Consultoria.

O gerente regional da Sicoob Credicapital, Gizélio Linhares, convida a todos para visitar o stand da cooperativa. “Estamos esperando os nossos cooperados e os produtores da região. Venham nos fazer uma visita! Temos grupos de consórcio excepcionais em andamento, com parcelas semestrais, assim como financiamento de caminhonetes novas com pagamentos anuais”.