Além da candidata à diretora, a chapa 2 conta com Ernesto Quast como coordenador acadêmico e Ronaldo Seramim como coordenador administrativo
O jornal Correio do Povo entrevistou a candidata à diretora da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), Campus Laranjeiras, Silvia Romão, da chapa 2 ‘Movimenta UFFS’.
Silvia Romão, possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), mestrado em Biologia Celular e Molecular pela UFPR e Doutorado em Bioquímica. Foi professora na Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), atuou na Sanepar e atualmente é professora na UFFS.
A chapa 2 conta também com Ernesto Quast, para coordenador acadêmico e Ronaldo Seramim, para coordenador administrativo.
Jornal Correio do Povo do Paraná: Por que vocês decidiram concorrer à direção?
Silvia Romão: Decidi concorrer ao cargo porque acredito no potencial desta instituição e na importância de sua presença na região. Eu estou na universidade há doze anos, cheguei aqui em 2011, o professor Ernesto chegou logo depois de mim e o Rodrigo em 2017 e durante esse período trabalhando na universidade, percebemos vários pontos críticos e embates dentro da instituição. Então chegou o momento de troca de gestor, e nós acreditamos que podemos encaminhar algumas questões internas de organização e ambiente de trabalho e melhorar a relação com a região, tanto na comunidade quando com as empresas que rodeiam nossa universidade.
Correio do Povo: Hoje existe a proposta do deputado Felipe Barros de desmembramento da UFFS no Paraná. Como você vê esta proposta?
Silvia: A UFFS ser uma instituição multicampi é fundamental para garantir uma maior abrangência e diversidade de cursos e oportunidades aos estudantes da região. Além disso, essa estrutura permite a troca de experiências e conhecimentos entre os diferentes campi, favorecendo a integração das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Isso também possibilita a atuação da universidade em diferentes áreas de conhecimento, atendendo às demandas específicas de cada localidade e contribuindo para o desenvolvimento regional. A presença da UFFS em diversos campi fortalece o papel da universidade como um agente transformador, impactando positivamente a vida das pessoas e gerando oportunidades de crescimento e formação profissional.
Mas, desde o momento que a universidade foi pensada inicialmente, abrimos vários cursos novos. Desses cursos, apenas um teve apoio governamental, que é o interdisciplinar em educação do campo ciências sociais e humanas. Os demais foram abertos por esforço interno do grupo de professores e técnicos, reconhecendo a necessidade de avançar em direção a essas demandas.
Nós precisamos ouvir a região e ser mais ágeis na resposta às suas demandas. A universidade tem que parar de impor o que acha que a região precisa e, em vez disso, trabalhar em parceria para desenvolver projetos que realmente atendam às necessidades locais.
Correio do Povo: Qual é o principal objetivo da sua gestão, caso seja eleita?
Silvia: O principal objetivo é fortalecer a presença da UFFS na região, aproximando a universidade da comunidade e estabelecendo parcerias com outras instituições, como o Sebrae e indústrias de produção de alimentos. Pretendemos investir em projetos de pesquisa e extensão, fomentar a inovação e o empreendedorismo, e trabalhar para melhorar a infraestrutura e os serviços oferecidos aos estudantes. Queremos envolver docentes, técnicos-administrativos e alunos na tomada de decisões e garantir que todos estejam engajados e comprometidos com o propósito de contribuir para o desenvolvimento regional e a melhoria da qualidade de vida da população.
Estabelecer parcerias com escolas, movimentos sociais, agricultura familiar e outras organizações locais. Isso permitirá a troca de conhecimentos e experiências entre a universidade e a comunidade.
Implementar projetos conjuntos com as escolas da região, levando nossos acadêmicos para dentro das escolas e trazendo os alunos do ensino fundamental e médio para dentro da universidade. Isso ajudará a fortalecer a conexão entre a universidade e os estudantes, incentivando-os a considerá-la como uma opção de qualificação profissional. Nós temos projetos como o UFFS de portas abertas, que trouxe mais de 1.500 jovens para dentro da universidade no ano passado, com oficinas, e queremos trazer isso para o nível institucional
Os próximos passos incluem trabalhar em conjunto com a sociedade local e grupos de trabalho para discutir a criação de novos cursos e avaliar a relação do campus com a comunidade. Estamos focados na ampliação da universidade, melhorias na infraestrutura e na busca por recursos para financiar essas ações.
A moradia é uma questão importante, e nossa prioridade é atender a um grupo maior de estudantes com a construção da Casa do Estudante. No entanto, precisamos de recursos significativos para realizar esse projeto. Quanto à disponibilidade de recursos, é um desafio constante. Estamos buscando recursos próprios, parcerias com outras instituições e apoio do governo federal. No entanto, a implementação de projetos de ampliação e melhorias depende diretamente desses recursos.
Correio do Povo: Gostaria de colocar mais alguma informação que considera relevante?
Silvia: No que diz respeito à comunicação com a região, acreditamos que é crucial expandir e melhorar essa relação para que a comunidade local veja a universidade como uma oportunidade de qualificação profissional. Estamos revendo os projetos pedagógicos e adaptando-os às necessidades da região, reduzindo a carga horária quando possível para tornar os cursos mais atrativos e viáveis para os estudantes.
A relação com empresas e instituições, tanto públicas quanto privadas, é crucial para garantir o progresso e o crescimento da região, bem como para promover a inovação e o empreendedorismo.
Negar a importância dessas parcerias e o papel das empresas no desenvolvimento regional é um equívoco e demonstra uma visão limitada do papel da universidade na sociedade.
Reconhecemos a importância dos projetos de extensão e entendemos que, em alguns casos, a carga de trabalho não é distribuída igualmente entre os professores. Para lidar com isso, planejamos implementar incentivos e mecanismos de reconhecimento para os professores que se envolvem ativamente nesses projetos.
Queremos promover um ambiente de colaboração entre os docentes, onde possam compartilhar responsabilidades e trabalhar juntos em projetos de extensão. Isso pode levar a uma distribuição mais equitativa da carga de trabalho e a um maior engajamento de todos os professores.