DIU: por que eu devo colocar?

O DIU vem se tornando o método mais comum de contracepção reversível de longa duração

Dependendo do momento da vida da mulher, uma gravidez inesperada pode trazer uma série de consequências indesejadas para seu dia a dia. Afinal, a chegada de um bebê muda completamente a vida dos pais e para que o momento seja de ternura e amor, o ideal é que se tenha planejamento.
Para não correr o risco de engravidar antes da hora desejada, a melhor saída é se prevenir. A pílula anticoncepcional é um dos métodos contraceptivos mais utilizados para essa situação, porém não são todas as mulheres que conseguem se adaptar facilmente a ela, seja pelos efeitos colaterais provocados ou mesmo pelo uso incorreto (esquecimento da ingestão do comprimido diariamente).
Diante disso, a contracepção intrauterina por meio do DIU – Dispositivo Intrauterino-, vem se tornando o método mais comum de contracepção reversível de longa duração devido à sua elevada eficácia e segurança, facilidade de utilização e baixo custo.
O DIU fornece uma opção não-cirúrgica para a prevenção da gravidez e é tão eficaz quanto a esterilização cirúrgica. Os anticoncepcionais intrauterinos modernos são feitos de plástico e libertam cobre ou um tipo de progesterona para aumentar a ação contraceptiva do dispositivo.

Você sabe o que é DIU?
A ginecologista e obstetra do Centro Médico Hospitalar São Lucas, Rafaela Mezzomo, explica que o Dispositivo Intrauterino, conhecido como DIU, é um método contraceptivo de longo prazo e reversível, usado para evitar gravidez. Não há necessidade de lembrança diária pela mulher, e apresenta poucos efeitos adversos. Trata-se de um dispositivo flexível e pequeno inserido dentro da cavidade uterina.
“Possuímos como opção dois tipos de DIU, o hormonal chamado de Sistema Intra Uterino (SIU), possui  o hormônio progesterona que libera micro doses diárias de hormônio, impedindo a liberação do óvulo e também espessando o muco cervical, não permitindo a subida do espermatozoide, e o não hormonal ( contendo cobre ou cobre e prata)”, explica.
O cobre promove mudanças bioquímicas e morfológicas no endométrio e muco cervical, deixando um local hostil para o espermatozoide, impedindo então a fecundação do óvulo. 
“O processo ovulatório não será inibido pelo DIU quando optado pelo cobre que não envolve uso hormonal e pode permanecer no útero por até 10 anos, já o hormonal tem uma durabilidade de 5 anos. Ao contrário do dispositivo com cobre, o SIU com liberação de hormônio, tem tendência a reduzir a intensidade do fluxo menstrual, também pode ser usado para controlar cólicas menstruais, causando até ausência de menstruação, mas pode haver escape no meio do ciclo, tudo varia de organismo para organismo. O DIU de cobre é uma excelente opção para paciente com contraindicações à terapia hormonal contraceptiva, como as tabagistas, obesas, hipertensas, diabéticas, câncer de mama prévio”, ressalta

Como o DIU é colocado no útero?
A ginecologista explica que a inserção pode ser realizada em consultório pelo ginecologista e pode optar-se por colocar durante o período menstrual, devido ao colo do útero ficar um pouco mais dilatado o que facilita a introdução. 
“É possível sentir um leve desconforto, como uma cólica no momento em que o DIU passa pelo canal do colo, mas o procedimento é rápido e tranquilo na maioria das vezes. Após um mês da colocação, a paciente precisa realizar uma ultrassonografia transvaginal para avaliar o DIU. Também vale lembrar que para inserção, é preciso passar por avaliação prévia e estar com o preventivo de colo de útero em dia e sem alteração. Pacientes que tem maior limiar de dor, podem realizar o procedimento em ambiente intra hospitalar sob efeito de sedação anestésica”, explica.

Converse com seu ginecologista sobre o DIU
Dra. Rafaela aconselha que se deve consultar o ginecologista e ter uma boa conversa, avaliando expectativas quanto ao método, abordando também vantagens e desvantagens desta contracepção. 
“Se a paciente necessita de lembretes diários, alertas no celular e mesmo assim ainda esquece de tomar a pílula, o DIU pode ser uma boa opção. E não esqueçam, os métodos contraceptivos devem respeitar suas particularidades”, finaliza.
 

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