Enfrentamento bem-sucedido tem médica com menos de 1 ano de atuação na liderança

A médica Thais Ciesielski comenta a retomada gradativa de atividades de lazer em meio à possível 2ª onda nas metrópoles

Imagine você. Com poucos meses de formação, ter de assumir um compromisso em sua área em que o desempenho pode ser crucial para mais de 30 mil habitantes. Foi assim que ocorreu com a médica Thais Schultz Ciesielski. Natural de Curitiba, concluiu Medicina em dezembro do ano passado. Após ser aprovada em concurso público da prefeitura de Laranjeiras, passou a atuar na Unidade Básica do bairro Presidente Vargas. 
Dois meses depois, com o despontar da pandemia de Covid-19, ela foi encarregada de ficar à frente da Unidade do Lago Municipal, que atenderia exclusivamente os casos de Covid-19.  
“Não foi fácil. Logo de cara, enfrentar uma doença que ninguém conhecia, sem tratamento. Tive julgamentos de outros profissionais, mas consegui mostrar que meu trabalho, que deu certo até agora. As meninas da vigilância, a secretaria de Saúde confiaram em meu trabalho”. 


UBS's da Covid-19
A partir desta sexta-feira (27), a Unidade do Lago Municipal não atenderá mais casos de Covid-19. A partir de agora, cada posto ficará a cargo da população de sua respectiva região. 
“Foi uma decisão do secretário de Saúde, apoiado por nós, de fracionar o atendimento. A Covid veio para ficar, precisaremos aprender a conviver com ela, que não é nenhuma novidade mais. Ela precisa ser integrada às Unidades Básicas de Saúde como qualquer outra doença”, justifica a médica.
Com as reformas no posto do Cristo Rei, a estrutura montada na região do Lago deve ser aproveitada para atender a população daquela região. Para após, a secretaria de Saúde planeja montar um centro de especialidades. 
A partir de agora, cada posto atenderá casos da Covid-19 em horários específicos. O local em que o paciente com suspeita do vírus será recepcionado será exclusivo.


Reabertura gradativa 
Nos últimos dias, as autoridades locais de Saúde deram indícios de uma reabertura gradativa dos locais públicos, como parques infantis e academias ao ar-livre, e da liberação de 30% da capacidade dos locais de festas de aniversários e casamentos. 
Por mais que em Laranjeiras a pandemia esteja em estágio estável, nos grandes centro há o prenúncio de uma segunda onda. Diante disso, a médica acredita que as últimas movimentações da secretaria de Laranjeiras não deve resultar em infelicidade no futuro. 
“Os grandes centros não fazem o monitoramento do paciente. Ele chega com gripe, coleta-se o exame, dão um kit de medicamentos e a pessoa fica a Deus dará. Ela e seus contatos não são orientados a fazer isolamento. Tem paciente de Cascavel que veio me perguntar se devia fazê-lo. Lá, eles deixaram solto. Por isso teve o surto. Aqui, nós conseguimos controlar. Se havia suspeita, íamos em busca dos contatos de casa, do trabalho, para buscar isolar e evitar a disseminação do vírus. Com a mudança, os pacientes não serão largados.Vamos liberar parques, e ainda assim controlar os casos, desde que haja colaboração da população”. 
Com relação aos 15 casos positivados na cidade na terça-feira (24), Thais explica que a razão para isso está em Guarapuava. “O aumento dos casos foi devido a um problema no Lacen, de Guarapuava, onde os casos estouraram e eles passaram a atrasar os nossos resultados e liberaram todos num mesmo dia, por isso tivemos tantos”. 
Ela diz que o momento de proibição deve dar lugar à conscientização de todos no enfrentamento da pandemia. “Agora vamos ter Natal e Ano Novo. Como você vai impedir as pessoas de viajarem e se reunirem? A população dá sinais de que não aguenta mais viver uma pandemia. As festas e jantares de famílias estão ocorrendo e de lá provêm cerca de 35% dos nossos casos positivos de coronavírus, então já percemos que o povo está ignorando as nossas recomendações e não se importando tanto”. 
 

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