Dia do Massagista: Há mais de cinco décadas na profissão, Luiz Grosseli já atendeu pacientes internacionais

Conhecido carinhosamente como Luiz Massagista, o gaúcho chegou em Laranjeiras em 84 já atendendo, e teve poucas folgas desde então. “Me orgulho dessa profissão e por ter uma filha que segue o mesmo caminho”, disse ele 

O dia 25 de maio é dedicado à celebração do Dia do Massagista, uma profissão regulamentada desde 1961, que atua em diversas áreas, como estética, esporte, prevenção e terapêutica, com o objetivo de recuperar sequelas, reabilitar indivíduos e promover a saúde. Curiosamente, o reconhecimento legal do massagista ocorreu antes de várias outras profissões da saúde, como fisioterapia, psicologia, educação física e enfermagem. Considerada uma arte milenar de cura e autocura, a massagem utiliza principalmente as mãos para aliviar dores. Hoje, destacamos Luiz Grosselli, o massagista mais conhecido da região, que há mais de 50 anos se dedica à prática da massagem e atendimento à população.

História

Nascido em Serafina Côrrea, no Rio Grande do Sul, Luiz começou sua vida profissional no exército, onde seu certificado militar foi o primeiro reconhecimento oficial de sua habilidade e dedicação. Durante os anos de serviço, ele aprendeu técnicas de massagem que se tornariam a base de sua futura profissão. “Aqueles anos foram marcados por cursos que nos ofereciam, treinamentos de guerra que éramos obrigados a realizar. Se houvesse um conflito, teríamos que nos virar conforme aprendemos. Em caso de fraturas, precisávamos encontrar uma maneira de lidar com a situação e garantir que tudo estivesse correto” explica Grosselli, detalhando como foi treinado para desempenhar funções específicas dentro das forças armadas.

Primeira experiência profissional

Após deixar o Exército, Luiz retornou à casa de seu pai, que sofria de depressão. Foi lá que ele teve a chance de aplicar seus conhecimentos pela primeira vez fora do ambiente militar. “Meu primeiro cliente depois do exército, foi o meu irmão”, recorda-se, descrevendo o episódio em que seu irmão caiu de um cavalo e torceu o braço. Seu pai, sem saber das habilidades de Luiz, ficou desesperado, mas ele assumiu o controle e resolveu a situação, mostrando o que havia aprendido durante o treinamento militar.

Laranjeiras do Sul

Em 1984, Luiz se mudou para Laranjeiras do Sul. Ele conta, que já havia amigos e conhecidos na região, e quando chegou já tinha até clientes esperando. “No dia em que cheguei aqui, já havia pessoas esperando por mim. Um deles estava com o braço machucado há cerca de 15 dias e sabia que eu viria. Ele esperou todo esse tempo para que eu pudesse arrumar o braço dele”, conta o massagista.

Desde que tem residência no município, Luiz conta que além de atender em sua casa, no Km 06 da PR 565, por 28 anos ele atendeu no centro da cidade em outros endereços. Durante todo esse tempo, Luiz recebeu diversas pessoas, tanto de Laranjeiras e região, como Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e até outros países. “Já atendi pessoas de Portugal, Argentina e Paraguai”, afirma.

Profissionalização e legado

Ao total, ele revela que foram 32 cursos finalizados durante sua carreira profissional. “Mesmo com a experiência, cada curso proporciona um novo conhecimento”, relata Luiz.

Ele também destaca que umas das filhas é fisioterapeuta e que já fez inúmeros cursos, mas que ele sonha com o dia que ela siga a sua profissão: “Quero ver ela atendendo pessoas, da mesma forma que eu”, afirma.

Atendimento

Nesses anos de profissão, ele relembra que até quando vai tirar férias, existem pacientes em outras cidades esperando. “Viajei com minha esposa para passar um final de semana descansando, quando cheguei no destino tinha fila de paciente me esperando” afirma rindo.

Na época mais crítica do Covid-19, Luiz revela que os atendimentos acontecerem de forma contínua, mesmo com as restrições, os pacientes iam até sua residência para serem atendidos. “Só não atendia quem estivesse contaminado, o restante, cumpria com as normas de atendimento”.

Ele relembra ainda, que quando pegou o vírus, precisava mostrar às pessoas que estava com pulseira e que não seria possível atender. “Muitos diziam que não se importavam, mas me cuidei bastante e segui o isolamento”, disse ele.

Importância
Para Grosselli, sua profissão vai além de cumprir tarefas e seguir protocolos. Ele encontra imensa satisfação em poder ajudar o próximo e aliviar o sofrimento dos pacientes. “Acredito que qualquer pessoa se sente orgulhosa quando faz algo de bom para alguém. E na massagem, essa sensação é constante”, afirma.
Grosselli relata que a maior recompensa do seu trabalho é ver a melhora e o bem-estar dos pacientes. “Quando percebo que o serviço foi bem feito e que a pessoa está contente, sinto um grande orgulho. Aliviar a dor de alguém é extremamente gratificante”, ressalta.

Ele conta que presenciar a transformação na vida dos pacientes a motiva a continuar buscando sempre o melhor atendimento. “A pessoa chega aqui com dor e vai embora tranquila. Isso é muito recompensador”, finaliza.