Regional de Laranjeiras: área plantada de soja expande, mas produtividade tem queda de 13,47%

Em Laranjeiras, houve aumento de 4% na área cultivada, enquanto a produção caiu 10,7%. Na Cantu, o crescimento foi de 3,73% nas plantações, seguido por uma queda de 13,47% na produtividade

A safra de soja 2023-2024, em Laranjeiras do Sul, teve registros divergentes em comparação com o ciclo anterior, de acordo com dados da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) e do Departamento de Economia Rural (Deral). A área plantada no município aumentou de aproximadamente 11.150 para 11.600 alqueires, um acréscimo de 4%. Entretanto, registrou queda de 10,7% na produção. Na região da Cantuquiriguaçu, os dados também registraram queda na produção da cultura. Cerca de 13,47% em relação a ao período anterior, mesmo com aumento de 3,73% nas áreas cultivadas.

Laranjeiras
Segundo informações da Seab e do Deral, mesmo com a alta de 4% na área plantada, a produtividade média caiu de 9 mil kg/alqueire para 7.600 kg/alqueire. O resultado foi uma queda na produção total de 10.478 toneladas, passando de 96.782 para 86.304 toneladas.
De acordo com o economista do Núcleo Regional de Laranjeiras da Seab, Edson Gonçalves de Oliveira, as condições climáticas foram as responsáveis pelos baixos números. “O excesso de chuvas no início do ciclo e a estiagem em janeiro resultaram em uma média de produtividade menor, mas, apesar disso, a cultura ficou dentro da média histórica”.
Edson também relatou que grande parte dos produtores não fez contrato antecipado de venda ou troca de insumos.”O que garantiu um preço bem acima dos preços praticados pelo mercado”, destacou.

Safra na Cantu
Conforme o engenheiro florestal, Avelino Badotti, e dados fornecidos pelo engenheiro agrônomo, Rogério Dapont, o início da safra teve custos elevados, sentindo reflexos da pandemia, com certa demora dos insumos baixarem de preço.
Avelino destaca o início de plantio, em setembro e outubro de 2023 com precipitação acima da média, efeito do El Niño, algumas áreas pontuais com erosão e necessidade replantio. O clima foi regular até janeiro, época que ocorreram veranicos na região do Marquinho, e meses de janeiro e fevereiro registraram chuvas irregulares. “As produtividades foram boas de maneira geral e maiores dificuldades para comercialização. Havia expectativa de preços de R$130 a R$149 a saca e hoje preços em torno de R$110. A defasagem de preços afeta a renda dos produtores. A moeda de troca perdeu valor, maior número de sacas para pagar os altos investimentos”, relatou.
Além do clima, outro fator que afetou a lavoura foi a ferrugem. “Protetores e fungicidas com o manejo correto foram menos afetados, mas houve grande incidência”.
Badotti destaca que de maneira geral a safra teve boa produtividade, mas o preço continua abaixo do esperado. “Muitos produtores aguardam alta do mercado para venda do grão”, completa o engenheiro.

Produtividade
Alguns dados preliminares da safra 2023-2024 foram disponibilizados pela Seab, e trazem a soja como cultura predominante na regional, com uma área plantada total de 73.500 alqueires, aumento de 3,23% em relação aos 71.200 da safra anterior. A produtividade média levantada foi de 143 sacos/alqueire, resultando em uma produção de cerca de 631 mil toneladas do grão, diminuição de 13,47% em relação a ao período anterior.
Em outras culturas, o feijão das águas alcançou uma área expressiva de plantio, atingindo 21 mil alqueires, com uma produtividade na faixa dos 70 sacos e uma produção de 89 mil toneladas. Quanto ao milho safrinha, teve uma área plantada de 3.760 alqueires, enquanto o milho safra teve 4.200 alqueires. A produtividade da safrinha foi de cerca de 218 sacas por alqueire, em comparação com 330 sacas por alqueire do milho safra. O milho safrinha cobriu uma área de 37.600 alqueires, com uma produtividade de 2.160 kg/alqueire e uma produção de 19.656 toneladas, além de 21.840 outros alqueires destinados à produção de silagem. Já o milho de verão ocupou 41.600 alqueires, com uma produtividade de 3.260 kg/alqueire e uma produção de 33.253 toneladas. A produção de silagem, voltada à alimentação de animais, abrangeu uma área de 39.360 alqueires.