O gerente do Sicoob, Duda Andretta, explica o que é essencial para administrar a vida financeira e não cair no SERASA ou SPC
Considerados os mais altos praticados desde 2017, os juros do cartão de crédito subiram 4,1 pontos percentuais entre setembro e outubro de 2021 e chegaram a 343,6% ao ano, segundo dados do Banco Central. O cenário comprova que muitos consumidores ainda desconhecem as taxas praticadas. De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 84% dos entrevistados não têm conhecimento dos juros a que estão sujeitos. Neste contexto, é fundamental ficar ainda mais atento e ter maior controle dos seus gastos.
Diante do panorama atual e em meio a uma grande dúvida sobre o avanço da economia, é importante saber utilizar o cartão de crédito com moderação, e assim evitar cair no rotativo. É preciso estar atento as funções do cartão de crédito e aos juros que são cobrados.
Conforme o gerente da agência Sicoob de Laranjeiras Duda Andretta, se a taxa é paga apenas parcialmente ou com o atraso de pagamento elas se tornam bem salgadas, acima de 18% ao mês. “O ideal é quando se compra em um prazo de até 45 dias para o vencimento, sem juros. Por exemplo, um cartão que vence dia 15, se tiver uma transação efetuada no dia 2, obtém-se praticamente 45 dias para pagar sem custo nenhum; pagando somente o valor da fatura”, explica.
Importância do planejamento
O especialista explica que um planejamento é o fator mais importante para fugir dos juros e, assim, evitar a negativação do nome. “Muitas pessoas se atrapalham por não parcelar a fatura no momento da compra e acabam atrasando, ou pagando o valor mínimo necessário (20%), tendo que pagar um valor muito alto pelo restante que fica de saldo. Se for preciso, a primeira orientação é parcelar já no momento da compra, pois neste caso paga-se mensalmente somente o valor dividido e sem juros”, explicou.
Fazer um planejamento requer um controle do quanto pode-se gastar, o que envolve adicionar na renda as despesas fixas no mês, como gastos com casa e os principais compromissos. Por isso, não encarar o cartão de crédito como uma renda extra também é uma forma de se organizar financeiramente. “O cartão deve ser usado em compras que o consumidor saiba que pode pagar em um curto período de tempo, funcionando desta forma como uma espécie de fôlego para algumas compras”, complementa Duda.
Por que os juros aumentaram?
Cartões de muitos bancos aumentaram as taxas de juros este ano por conta da taxa Selic que, como explica Duda, é a taxa que baliza todo mercado financeiro. “Ela estava em 2% ao ano em janeiro do ano passado. Hoje, está 9,25% – com viés de aumento já para o mês que vem de mais 1,5%, chegando a quase 11% ao ano.Além disso,os bancos aumentaram também os juros nos empréstimos”, adiciona ele.
Um ponto importante é em relação a verificar se a operadora do cartão cobra a anuidade, ou condiciona o cliente a gastar um valor mínimo mensal; pois atualmente existem muitas opções no mercado que não realizam essa cobrança e que acabam sendo mais vantajosas e assim economiza-se com menos uma taxa.
Função das “vacas magras”
Em diversas áreas da economia, esse tipo de modalidade de crédito ajuda a passar o período das chamadas “vacas magras”. Com 28,3% da população ativa nessa condição – segundo dados do IBGE de setembro do ano passado, o setor dos autônomos é um dos que se apoia nessa opção para conseguir manter suas atividades.
Uma boleira, por exemplo, pode utilizar para comprar os ingredientes, preparar e atender à sua encomenda, recebendo o pagamento pelo seu trabalho e, assim, acertando a fatura do cartão. O que pode auxiliar ainda mais os profissionais autônomos a fazerem o bom uso do cartão de crédito, é ter uma opção com fatura semanal e que possui um prazo de pagamento de fatura e juros que acompanha o fluxo de recebimentos no trabalho.
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