Victor Cremonesi e Vanessa Machado querem revolucionar o conceito de academia em Laranjeiras do Sul

Casal deixou Maringá para vir empreender no Centro-Sul do estado

Se dedicar ao que acredita. Este é o conceito que inspirou os empreendedores Victor Cremonesi, 27, e Vanessa Machado, 30, a abrir o Barracão de CrossFit mesmo em meio à pandemia.

Após uma experiência sem sucesso em uma sociedade do mesmo ramo em Maringá, cidade natal de Victor, o administrador a mulher, Vanessa, engenheira ambiental, trouxeram a  Laranjeiras um local com técnicas de atividades físicas diferenciadas e descontraídas.

Em entrevista ao Correio do Povo do Paraná, os jovens revelaram detalhes da trajetória e das dificuldades enfrentadas para abertura do local.

Correio: Como foi o processo de decisão que os levou a iniciar o empreendimento?

Vanessa: Eu e Victor já treinávamos há mais de 4 anos em Maringá e sentíamos falta da atividade em Laranjeiras do Sul, quando visitávamos os pais dela aos finais de semana. Estudamos a região e, a partir disso, vimos que, apesar de ter bastantes atividades relacionadas à saúde, não havia nada nesse ramo em específico, então complementamos a credibilidade que temos na modalidade com a oportunidade de mercado na região.

Correio: Vocês já possuíam experiência? Como foi?

Victor: Eu me tornei sócio de um CrossFit ainda em Maringá, mas fui pelo entusiasmo e, quem é administrador sabe que só o amor e a vontade não são suficientes para empreender. Então, por realmente não conseguir adequar as situações com meus cálculos, parei. Após isso, procurei um novo emprego e busquei me restabelecer até conseguir investir novamente.

Correio: Qual aprendizado vocês absorveram do acontecido?

Victor: Que é necessário estudo e muito cuidado para iniciar um negócio. Só porque se ama o esporte não é suficiente, é preciso que tudo seja colocado na ponta do lápis. É preciso verificar: há possibilidade de crescimento? Qual o potencial? A concorrência? Tudo necessita de análise.

Correio: Considerando que vocês abriram o Barracão na pandemia, quais dificuldades enfrentaram?

Vanessa: Abrimos o box no auge do lockdown em Laranjeiras, em 9 de março de 2020. Notamos que, a partir disso, o isolamento trouxe um sentimento de necessidade de se cuidar na sociedade, que passou a se preocupar mais em melhorar seus sistemas imunológicos. E isso está além do físico. Não é um abdômen trincado, é a qualidade de vida.

Victor: Também percebemos que, por medo do vírus, frequentar atividades como a do Cross, que envolve atividades conjuntas, causou muita insegurança. Nesse sentido, uma das barreiras que tivemos e que ainda existe em algum nível até hoje, é mostrar para as pessoas que, mesmo em quarentena, temos segurança e responsabilidade no Barracão. Temos limites de alunos por aula, um lugar arejado e sempre presamos a qualidade do atendimento.

Correio: Por que o preço no Barracão costuma ser mais elevado?

Vanessa: Porque entregamos uma atividade física que possui valor. A diferença no nosso treinamento está no fato de que nos preparamos, entregamos aos nossos clientes muito mais que uma atividade física. Aqui, eles podem treinar por prazer e não por obrigação. Muita gente leva a rotina de exercícios como uma atividade monótona e queremos mostrar que não precisa ser assim. E os resultados são perceptíveis: melhora na autoestima, estresse, ansiedade, na regulação do sono etc.

Victor: No nosso trabalho fazemos um serviço minucioso de pré-venda, que possui contrato inicial, entrevistas que questionam as especificidades dos alunos, como lesões; as experiências deles, objetivos. Porque é isso que queremos ver aqui: qualidade de vida. Nosso procedimento está além dos padrões de beleza, temos um público abrangente: pessoas obesas ou bem magrinhas, idosos e crianças. Cada grupo recebe uma adaptação e faz os treinos conjuntos.

Correio: O que pretendem para o futuro?

Victor: Nós temos o centro de treinamento e certamente continuaremos em Laranjeiras e adicionaremos novas modalidades, sempre acompanhando o potencial da cidade. Aqui tem pessoas como em todo lugar, então podemos entregar para elas as mesas coisas que são comuns em cidades maiores.

Correio: O que vocês diriam para incentivar outros empreendedores?

Victor: É importante saber que as oportunidades estão disponíveis para todos e que, se você não fizer, outro fará. Se, ao analisar tudo e ver que as contas fecham, é importante sair da zona de conforto. Porque, querendo ou não, o trabalho assalariado, apesar de  trazer a impressão de segurança, imprevistos podem acontecer. A pandemia é um claro exemplo disso.

Para quem deseja iniciar um negócio: se existe a vontade, você só vai saber se tentar. Acima de tudo, sabemos que a vontade de empreender não vem do dia para a noite. Empreender exige estudo e pensar em complementariedade. Apesar de não ter dado certo na minha sociedade, eu conheço ótimas que dão. O importante é ter pessoas para se complementar.

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