Rodovias paranaenses: contratos dos lotes 3 e 6 são assinados em pacote de obras de R$ 36 bilhões
Lotes 3 e 6 são oficializados com promessas de duplicações, contornos e alta tecnologia em mais de 1,2 mil quilômetros de estradas
Em um passo decisivo para a infraestrutura do Paraná, os contratos dos lotes 3 e 6 das novas concessões rodoviárias foram oficialmente assinados nesta segunda-feira, em cerimônia realizada em Brasília. Com investimento previsto de R$ 36,2 bilhões, os dois lotes abrangem mais de 1.200 quilômetros de rodovias federais e estaduais, com destaque para duplicações, faixas adicionais, contornos e sistemas de monitoramento modernos.
A assinatura dos contratos contou com representantes dos governos estadual e federal, além da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e das concessionárias vencedoras do leilão: Grupo Motiva (CCR) e Grupo EPR.
Segundo o governador Carlos Massa Ratinho Junior, o avanço no pacote de concessões reflete o planejamento estratégico iniciado em 2019, que buscou fortalecer dois pilares da economia paranaense: a agroindústria e a logística. “Estamos consolidando o Paraná como centro logístico do continente, com obras que vão do campo ao porto, conectando o Estado a São Paulo, Santa Catarina, Paraguai e Argentina”, disse.
Além da localização privilegiada, Ratinho destacou que o modelo adotado no Paraná, que combina trechos federais e estaduais em um mesmo pacote, atraiu investidores mais robustos e garantiu maior competitividade nas licitações.
Tecnologia e segurança
Os projetos preveem quase 600 quilômetros de duplicações, além de construção de viadutos, áreas de escape, contornos e ciclovias. O pacote também inclui sistemas de câmeras inteligentes, pesagem automática, passarelas e painéis eletrônicos para monitoramento do clima e do tráfego em tempo real.
Para o ministro dos Transportes, Renan Filho, a parceria entre os governos estadual e federal deve servir de exemplo a outras unidades da federação. “Esse modelo de concessão vai além do asfalto. Ele é vetor de desenvolvimento industrial, agrícola e turístico”, afirmou.
Lote 3
Com 570 quilômetros de extensão, o Lote 3 ficará sob responsabilidade do Grupo Motiva, que apresentou 26,6% de desconto na tarifa. O eixo interliga o Norte e o Vale do Ivaí ao Porto de Paranaguá, passando por 22 municípios. Estão previstas 132 km de duplicações, além de contornos em Apucarana, Califórnia e Ponta Grossa, incluindo uma área de escape estratégica na BR-376, em Mauá da Serra.
Lote 6
Arrematado pelo Grupo EPR, é o mais extenso do pacote, sendo 662 km com previsão de 462 km de duplicações. A concessão abrangerá trechos das BRs 163 e 277, além das PRs 158, 180, 182, 280 e 483, impactando diretamente 32 municípios. Entre as obras de destaque estão os contornos de Marmeleiro e Lindoeste, e a integração completa da BR 277 até o Porto de Paranaguá.
Próximos passos e futuro das concessões
A vigência dos contratos começa oficialmente com a assinatura do Termo de Arrolamento, prevista para até 30 dias. As concessionárias poderão iniciar as obras logo em seguida, com a cobrança de pedágios autorizada apenas após vistoria técnica da ANTT e ampla divulgação dos valores.
Com os lotes 3 e 6, o Paraná agora soma quatro dos seis lotes de concessões já licitados. Os dois últimos devem ir a leilão ainda em 2026. Ao final do processo, o Estado contará com 3,3 mil quilômetros de rodovias sob gestão da iniciativa privada, sendo 1,1 mil quilômetros de estradas estaduais, totalizando mais de R$ 60 bilhões em investimentos ao longo de 30 anos.