Dengue: técnica que gera insetos estéreis pode ser solução

Projeto de Controle Natural de Vetores (CNV) teve seu desenvolvimento acompanhado pela secretaria de Saúde do Paraná

Uma prática iniciada em Jacarezinho, na divisa do Paraná com São Paulo, promete ser uma solução no controle da Dengue no estado. Trata-se do Controle Natural de Vetores (CNV). 
O desenvolvimento da ideia na prática vinha sendo acompanhado pela 19ª Regional de secretaria de Saúde do Paraná, sendo constatada a eficácia do projeto, que foi colocado em prática pela empresa Forrest Brasil, que usou da tecnologia do “Inseto Estéril”. 

O CNV foi desenvolvido inteiramente no Paraná através da startup incubada no Instituto de Tecnologia do Paraná (TECPAR), em Araucária. Depois dos testes no instituto, agora é a hora de levar o projeto para operações empresariais no norte do estado. 

Quando do início do ano epidemiológico da Dengue, o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, mostrou interesse ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de utilizar a nova ferramenta ao lado de outras modalidades de combate à doença. 

O CNV da Forrest Brasil trata-se de uma técnica de manejo biológico. Por conta disto, as ações de planejamento começam com bastante antecedência, com uma colônia de Aedes Aegypti para cada região a ser tratada, gerando insetos estéreis e para um tratamento em larga escala. A iniciativa visa propiciar ao Estado um sistema de Controle Biológico para a eliminação e controle do mosquito Aedes, transmissor de doenças como a Dengue, Zika e Chikungunya

União de esforços em 2021

A redução do número de insetos no ambiente tem sinergia com outras técnicas de controle biológico em estudo pela Fiocruz, como ao inseto infectado pela bactéria Wolbachia sp..
A drástica redução no número de mosquitos no ambiente propiciada pelo CNV facilita a substituição dos mosquitos remanescentes por mosquitos infectados pela Wolbachia sp., gerando um processo de controle natural, eficaz e seguro para pessoas e meio-ambiente.
O Controle Natural de Vetores usará a dispersão de cerca de 12 milhões de mosquitos machos estéreis em quatro municípios paranaenses, além de Jacarezinho, pois os machos da espécie Aedes não picam, sendo um processo totalmente seguro para a população. “Somente as fêmeas do inseto são responsáveis pela propagação das doenças, pois ela necessita do sangue para nutrir seus ovos. Uma das características desta espécie de mosquitos (o Aedes aegypti), é que a fêmea realiza apenas um único acasalamento em todo seu ciclo de vida. Após acasalar, as fêmeas rejeitam outros machos e partem a picar pessoas e depositar seus ovos no ambiente. Como a Forrest dispersa milhões de machos estéreis, a maioria das fêmeas acasalam com esses. Seus ovo portanto, não eclodem, provocando uma redução natural da população de mosquitos de mais de 90% já no primeiro ciclo de tratamento. No segundo ciclo, a eliminação é praticamente total”, explicou Renato Menezes, diretor de operações da empresa.

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