Estudo comprova associação entre pré-diabetes e risco maior de infarto
Pacientes com esta condição apresentaram 25% mais chances de sofrer um ataque cardíaco
No Encontro Anual da Sociedade de Endocrinologia (Endo) de 2022, realizado no mês passado, um novo estudo apontou que o pré-diabetes deve ser considerado, isoladamente, um fator de risco para a ocorrência de infarto. Essa é uma condição na qual os níveis de glicose são mais altos do que o normal, mas não o suficiente para haver um diagnóstico da doença. No entanto, a probabilidade de progressão para a enfermidade aumenta significativamente para quem tem valores de glicemia em jejum entre 100 e 125mg/dL, ou de hemoglobina glicada entre 5.7% e 6.4%. O Brasil tem aproximadamente 17 milhões de diabéticos, sendo que metade nem sabe o diagnóstico, e pelo menos 40 milhões são pré-diabéticos.
A médica Geethika Thota, principal autora do trabalho, afirmou que a associação entre o pré-diabetes e problemas cardíacos ainda não estava bem fundamentada, mas que os pesquisadores analisaram dados referentes a quase 1,8 milhão de hospitalizações de vítimas de infarto. “Fazendo os ajustes dos fatores de risco, os pacientes com pré-diabetes tinham 25% mais chances de sofrer um ataque cardíaco”.
Prevenção e cuidado
Na sua opinião, isso só reforça a necessidade de pautar esse assunto para que integre as políticas de saúde. “Precisamos estimular todos os que estão nesta condição a adotar uma dieta saudável e fazer 150 minutos de atividade física por semana”.
A Federação Internacional do Diabetes alerta que, se somadas as mortes causadas pela doença, no mundo, superam as por HIV e câncer de mama. A estimativa é de que 425 milhões de pessoas tenham a enfermidade, total que deverá alcançar 600 milhões em duas décadas. Os sintomas iniciais são fome e sede excessivas, as complicações a longo prazo podem ser complicada, como acidente vascular cerebral, infarto, falência renal, cegueira, amputação de membros.