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Setembro Amarelo: psicóloga Taine Franco fala sobre psicofobia

A psicóloga laranjeirense Taiane Franco explica que cerca de 300 milhões de pessoas no mundo sofrem de depressão

Setembro é o mês mundial de prevenção do suicídio, chamado também de Setembro Amarelo. O assunto, que já foi muito mais estigmatizado, ainda enfrenta dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelos preconceitos e falta de informação. Por isso, a campanha deste ano veio com a proposta de combate a psicofobia.

A psicóloga comportamental Taiane Franco explicou que psicofobia é a discriminação sofrida pelas pessoas que tem algum tipo de transtorno mental. “E o número de pessoas com transtornos mentais aumentou expressivamente, não só no Brasil, mas no mundo. Ainda, para a Organização Mundial da Saúde, existe cerca de 300 milhões de pessoas com depressão no mundo, além de transtornos de humor.”

Ela também afirmou que mais de 36% de pessoas que morreram por suicídio possuíam algum tipo de transtorno. Considerando esses fatores alarmantes, esse ano a secretaria nacional decidiu olhar mais para as pessoas que estão sofrendo discriminação, além de conscientizar a população sobre a psicofobia, que é crime.

Ações contra a psicofobia

Múltiplos fatores conduzem à psicofobia, como estressores psíquicos, ambientais, genéticos e a capacidade adaptativa de cada indivíduo. Por isso, o que cabe a pessoas que trabalham com saúde mental é conscientizar, tentar trazer uma mudança da postura das pessoas para que possamos vencer o preconceito.

“Diagnosticar e fazer o tratamento dessa doença para prevenir também é urgente. Temos um índice de suicídios muito alto, então fazer uma triagem cada vez mais minuciosa para verificar o nível de transtorno mental das pessoas que chegam até nos é essencial”, disse ela. “O diagnóstico é facilitado se realizado junto com ações de conscientização da sociedade para diminuição dos estigmas associados aos problemas mentais.”

O papel da gestão pública

Além disso, o intuito dessa campanha é também estimular a gestão pública para a realização da intensificação de ações contra o suicídio. “Ampliar o apoio para todos que estão envolvidos, considerando que vivemos atualmente uma epidemia de problemas mentais”, ressaltou Taiane.

Durante a pandemia, segundo ela, houve uma alta na taxa de suicídio entre idosos com mais de 70 anos e entre de jovens, principalmente homens e indígenas. “É um diagnostico recente que veio para assistência da saúde mental no país. Esses números afirmam o compromisso da rede de atenção psicossocial, que precisa estar mais aprofundado nos programas de prevenção e cuidado.”

“Vale ressaltar que um plano que se pode ampliar é a parceria com o Centro de Valorização a Vida (CVV), qual o Ministério da Saúde tornou gratuita a ligação então. Agora temos apoio emocional de prevenção ao suicídio gratuito, ligando no 188, que fica disponível”, concluiu.

Taiane Franco é psicóloga na Psiclínica, e escreve a coluna “Se comportando” para o Correio do Povo. Acesse clicando neste link: Se comportando