Sonecas podem ser um fator de risco para hipertensão

Pesquisa divulgada pela Associação Americana do Coração alerta para possível relação entre o hábito e um pior quadro de saúde

Foi divulgada uma pesquisa da Associação Americana do Coração (American Heart Association), publicada na revista “Hypertension”, mostrando que o hábito de tirar uma soneca está associado ao risco aumentado para hipertensão e acidentes vasculares encefálicos, popularmente conhecidos como derrame.

Este é o primeiro estudo a usar não apenas informações sobre indivíduos acompanhados por um longo período, mas também um tipo de método chamado randomização mendeliana. Esse método trata de uma análise na qual variantes genéticas, associadas a uma determinada exposição, no caso os cochilos, são utilizadas para investigar seu efeito sobre algum desfecho.

Os pesquisadores usaram o UK Biobank, com informações de mais de 500 mil indivíduos entre 40 e 69 anos que fornecem amostras de sangue, urina e saliva. Além dos dados genéticos e de saúde, todos respondem a questionários detalhados sobre seu estilo de vida.

Para o líder do trabalho, E Wang, médico e professor do hospital universitário da Central South University, na China, que está entre as 100 melhores instituições de ensino da medicina no mundo.  “Os resultados são especialmente importantes uma vez que milhões de pessoas adotam tal hábito”.

O que o estudo mostrou

Um maior percentual de pessoas que tiravam um cochilo era composto de homens de menor grau de instrução e renda que também fumavam, bebiam durante o dia, sofriam de insônia e roncavam.

Se comparados com os que nunca tiravam uma soneca, os que tinham esse hábito apresentavam 12% mais chances de desenvolver um quadro de pressão alta e risco aumentado em 24% de sofrer um derrame.

Aqueles com menos de 60 anos que dormiam durante o dia manifestavam 20% mais chances de sofrer de hipertensão, se comparados com os da mesma idade sem esse hábito. Depois dos 60, a soneca estava vinculada a um risco 10% maior de hipertensão em relação aos que nunca cochilavam.

A randomização mendeliana mostrou que, entre uma categoria de frequência de sonecas para a outra, o risco crescia 40%. Quem cochilava mais tinha uma propensão genética atrelada à hipertensão.