Descoberta de vulcão gigante em Marte revela possíveis resquícios de geleira

Cientistas identificaram o ‘Vulcão Noctis’ durante análises de dados das missões espaciais, apontando para uma formação geológica surpreendente no planeta vermelho

Em mais uma revelação intrigante proveniente de Marte, cientistas identificaram um vulcão ativo de dimensões gigantescas na zona equatorial do planeta. Batizado provisoriamente de “Vulcão Noctis”, esta formação geológica de 450 quilômetros de diâmetro surge como uma descoberta surpreendente, com possíveis vestígios de uma geleira sob sua superfície.

A existência desse vulcão foi percebida quase que acidentalmente, enquanto pesquisadores analisavam meticulosamente dados de diversas missões espaciais, incluindo “Mariner 9”, “Mars Odyssey” e “Mars Express”, entre outras. Localizado na parte leste da província vulcânica Tharsis, próximo à linha equatorial do planeta, o “Vulcão Noctis” estava escondido na fronteira entre o labirinto Noctis Labyrinthus e os cânions de Valles Marineris.

Com uma elevação máxima de 9.022 metros em sua zona interna e encostas externas que se estendem por 225 quilômetros em diferentes direções, este vulcão não possui a forma convencional de cone característica dos vulcões típicos, devido a um longo período de fraturamento profundo e erosão que o modificou.

Embora análises sugiram que o “Vulcão Noctis” esteja ativo há bastante tempo, os cientistas ainda não conseguiram determinar desde quando nem confirmar se ele entrará em erupção novamente. No entanto, especula-se que suas cinzas vulcânicas possam ocultar uma vasta camada de gelo sob a superfície.

De acordo com Pascal Lee, cientista do Instituto SETI e do Instituto Marte da NASA, e autor principal do artigo apresentado na conferência, a área central do cume do vulcão apresenta várias mesas elevadas formando um arco, com remanescentes de uma caldeira que já foi um lago de lava, além de fluxos de lava e depósitos minerais hidratados em vários pontos dentro do perímetro do vulcão.

Os pesquisadores descrevem o “Vulcão Noctis” como um grande escudo composto por camadas de materiais piroclásticos, lava e gelo, sugerindo um longo e complexo histórico de modificações, possivelmente resultado de uma combinação de fraturamento, erosão térmica e erosão glacial. Esta descoberta abre novas perspectivas para a compreensão da geologia marciana e dos processos geológicos em outros corpos celestes do sistema solar.