Ansiedade na adolescência: sinais e tratamentos
O psicólogo comportamental e psicometrista, Alan Silveira, afirma que a ansiedade é comum nessa fase. “Muitos pais taxam os filhos de preguiçosos e que é frescura, mas na maioria das vezes é necessário tratamento”
A adolescência é uma fase repleta de mudanças, tanto físicas quanto emocionais e psicológicas, que tornam esse período empolgante, porém desafiador. Os adolescentes enfrentam a busca por identidade, os primeiros relacionamentos amorosos, a influência das amizades e o aumento das responsabilidades, o que pode gerar ansiedade e incerteza. À medida que se aproximam da idade de prestar vestibular, novas preocupações surgem, como a escolha da profissão, do curso e da universidade. Essas decisões, que moldarão o futuro, aumentam a ansiedade. Para abordarmos o assunto com mais clareza, ajudando pais a identificarem possíveis sinais e os tratamentos, o psicólogo comportamental e psicometrista, Alan Antonio Silveira, que atende crianças e adolescentes, compartilha seus conhecimentos.
Principais causas
O psicólogo afirma que o primeiro passo para entendermos a ansiedade, é que é um sentimento que promove angústia, insônia, tristeza e incerteza no indivíduo. “E infelizmente, é algo natural e cada vez mais presente em nossa sociedade”.
Para ele, a adolescência é um período turbulento na vida de um indivíduo, e a pressão social, constantemente aparece nessa fase. “O adolescente começa a fazer escolhas para si próprio, seja para ingressar no mercado de trabalho, escolha de graduações ou cursos técnicos, além de causas pessoais, como relacionamentos. Além desses, o desejo da liberdade financeira é bem presente nessa fase. Todos esses motivos, os sobrecarregam, fazendo com que possam entrar em estado ansioso”.
Sinais
Alan destaca que é comum o ser ansioso desenvolver vários comportamentos típicos dessa causa, e os pais devem ficar atentos a esses sinais para que possam ajudar da melhor forma. “Irritabilidade, mudanças de humor constantes que podem envolver crises de choro, isolamento social, ausência de perspectiva de futuro, sentimento de incapacidade e procrastinação. Apresentam sinais físicos como o ato de roer as unhas, coçar a cabeça constantemente ou arrancar fios de cabelos e pelos faciais, além de insônia.”
Ajuda
O profissional afirma que a melhor ajuda nesse momento é prestar o máximo de apoio emocional possível, prioritariamente por meio de um diálogo sem julgamentos. “Muitos pais taxam os filhos de preguiçosos, birrentos e que isso é frescura. Porém, precisam ouvir mais seus filhos. Pode parecer clichê, mas um ‘vai dar tudo certo’, ou ‘vai ficar tudo bem’, vindo de um pai ou mãe, pode ser o necessário para ele naquele momento. Porém, em casos mais graves, recomenda-se a realização de psicoterapia”.
Tratamentos
A principal dificuldade do ser ansioso é em identificar a causa inicial da sua ansiedade, e de controlar a mesma. O psicólogo destaca que nos casos indicados ao tratamento, ele utiliza técnicas para buscar a causa do comportamento. “Como um psicólogo comportamental, após a identificação da causa, início um processo de intervenção, para mostrar para esse indivíduo o que antecede a sua ansiedade, o que pode estar ligado a um pequeno ato de ir em um comércio, a realização de uma prova ou tecer um discurso em público, por exemplo.”
Uma das técnicas usadas por Alan, e que está em constante evolução no cenário da psicologia no Brasil, é a técnica chamada ‘RPG-Terapia’, a qual utiliza-se de jogos de interpretações de papéis como uma ferramenta aliada a abordagem, para que de maneira lúdica, o indivíduo possa se imaginar em cenários hipotéticos, causadores de ansiedade. “Por meio dessa prática, consigo melhorar ou extinguir comportamentos indesejados”.
Além disso, ele destaca que quando a ansiedade está ligada à entrada no mercado de trabalho, a psicometria, utiliza-se de testes psicométricos de orientação vocacional, e que a partir dos resultados, é possível sugerir algumas áreas de atuação, que são pautadas na subjetividade do indivíduo.