Deputado Corti defende políticas de incentivo à cadeia produtiva do leite do Paraná

Setor tem sofrido com os impactos da desoneração tributária na importação de leite em pó, que ganhou espaço no mercado nacional

Em pronunciamento realizado na sessão plenária da última terça-feira (08), o deputado Luis Corti (PSB) voltou a defender uma política de valorização dos produtores de leite do Paraná. A preocupação é a entrada de leite em pó importado por conta da desoneração adotada pelo governo federal. Na segunda-feira (07), Corti já havia feito um alerta em plenário sobre as dificuldades enfrentadas pelos produtores locais.

Agravantes

Os problemas começaram em agosto de 2015 com a autorização da importação de leite em pó. No entanto, a situação se agravou em agosto do ano passado com a redução da taxa de importação que passou de 11,2% para 4%. “Nós vimos o mercado nacional ser invadido pela importação de leite em pó e o resultado foi diretamente lá em cada uma das nossas propriedades, em cada um dos nossos municípios. Quando nosso agricultor começou a receber quase R$ 0,80 a menos por litro de leite”, ressaltou Corti.

Na média de julho, o produtor paranaense recebeu R$ 2,71 por litro de leite. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, esse é o menor valor praticado desde fevereiro.

Preocupação

O boletim informativo do Deral ressalta a preocupação com as importações, que no mês de junho registraram um crescimento exponencial. Foram mais de 27 mil toneladas em junho de 2023, enquanto no mesmo período do ano passado foram menos de 11 toneladas.

“O leite abaixo de R$ 3 o litro dá prejuízo ao produtor. Um quilo de leite em pó depois de hidratado vai resultar em 10 litros. Com um custo de R$ 15 o quilo, em média, o preço final de um litro de leite vai ser de R$ 1,50. Como a produção nacional vai competir?”, destacou o parlamentar.

Corti defende a normatização das importações e uma nova política tributária para o setor. “Nós precisamos tributar a importação para que não ocorra uma concorrência desleal com a produção de leite do Brasil. Nós produzimos 6,5% do total de leite do mundo. Nós precisamos garantir a posição que o Brasil e o Paraná ocupam”.

Procura por ajuda

O Brasil é o quarto maior produtor de leite do mundo, ficando atrás apenas da Índia, China e Estados Unidos. O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com 4,4 bilhões de litros de leite produzidos em 2022 em 89 mil propriedades.

“O leite responde por uma fatia muito importante da economia e na geração de empregos. Talvez a cadeia do leite seja a que mais gere emprego em cada um dos nossos municípios. Nós temos pelo histórico uma geração de cerca de 450 empregos por município só na cadeia do leite”, afirma Corti.

Durante a Agroleite 2023, um dos maiores eventos do setor da América Latina que acontece em Castro, nos Campos Gerais, representantes do setor produtivo farão a entrega de uma carta ao ministro da Agricultura e da Pecuária solicitando apoio para solucionar a questão.