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Desde o início da pandemia, 20 crianças de cinco a 11 anos faleceram no Paraná

A morte de uma criança de Quedas do Iguaçu, de quatro anos, no início da semana, impulsionou o debate sobre o contágio infantil e a necessidade de vacinação

Uma triste notícia abalou toda Cantuquiriguaçu na última segunda-feira (10). Trata-se da divulgação da perda precoce de uma criança de quatro anos, de Quedas do Iguaçu, para o Covid-19. Apesar da secretaria de Saúde do município relatar que não se sabe ao certo o motivo do óbito, já que o caso envolvia neoplasia neurológica – uma patologia rara da qual a família já enfrentava há anos -, a informação reacendeu o debate sobre o número de casos confirmados e óbitos infantis por coronavírus.

Um levantamento realizado pelos Cartórios de Registro Civil do Paraná também chamou atenção de especialistas e toda comunidade civil, apontando que crianças de seis anos foram as que mais vieram a óbito em razão do novo Coronavírus no período de março de 2020 à primeira semana de janeiro de 2022. Esta faixa etária, que teve vacinação aprovada pela Anvisa, contabilizou ainda 14 mortes por insuficiência respiratória, 30 por pneumonia e 33 por septicemia.
“O menininho que faleceu, de Quedas, na verdade já enfrentava uma grave doença que foi identificada logo nos seus primeiros anos de vida. O que sabemos até o momento é que ele chegou no hospital no dia 5 de dezembro com complicações de uma cirurgia que havia feito no cérebro e logo foi transferido para o Hospital Universitário de Cascavel”, informou a secretaria de Quedas do Iguaçu.
Com vacinação recentemente aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), as crianças entre cinco e 11 anos totalizaram 20 falecimentos por Covid-19 desde o início da pandemia no Paraná. O levantamento mostra ainda que as crianças mais afetadas pela doença também tinham seis anos, com seis mortes registradas; seguida pelas que tinham 10 e 12 anos, ambas com quatro registros; pelas de nove anos, com três óbitos. Crianças de cinco anos totalizaram dois óbitos, e as de sete, uma morte. Foram 11 falecimentos de crianças do sexo feminino e nove do sexo masculino.

Óbitos no Paraná
O ano de 2021 foi aquele que registrou o maior número de mortes cuja causa mortis consta como Covid-19 (14), enquanto em 2020 foram seis. Na primeira semana de janeiro de 2022 não foram contabilizados óbitos por Covid-19 de crianças entre cinco e 11 anos, embora os Cartórios de Registro Civil tenham o prazo legal de até 10 dias para enviar os dados ao Portal da Transparência do Registro Civil.
“Os números disponibilizados pelo Portal da Transparência, que apresentam dados dos óbitos registrados em Cartórios de Registro Civil do Brasil durante a pandemia, demonstram que, embora bem menores que os números gerais, os óbitos de crianças fazem parte deste difícil momento que nossa sociedade está vivenciando”, destaca Mateus Afonso Vido da Silva, presidente do Instituto do Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado do Paraná.
Contabilizando-se todas as mortes por causas naturais no Paraná, a faixa etária entre cinco e 11 anos atingiu 280 óbitos, sendo 134 em 2020 e 145 em 2021 — com apenas 1 lançamento de óbito na primeira semana de janeiro de 2022. Dentre as causas de mortis segmentadas pelo Portal, Septicemia foi a causa de 33 mortes, Pneumonia (30), AVC (19), Insuficiência Respiratória (14) e Covid-19 (20). Importante constatar que os Demais Óbitos, que reúnem várias doenças não segmentadas no Portal, totalizaram 141 mortes.

Óbitos no Brasil
Já no Brasil, as crianças entre cinco e 11 anos totalizaram 324 falecimentos por Covid-19 desde o início da pandemia. Entre os Estados brasileiros, São Paulo, estado mais populoso do país, respondeu percentualmente por 22,8% dos óbitos de crianças nesta faixa etária, seguido por Bahia (9,3%), Ceará (6,8%), Minas Gerais (6,5%), Paraná (6,2%), Rio de Janeiro (5,9%) e Rio Grande do Sul (4%). Amapá, Mato Grosso e Tocantins foram as unidades que registraram o menor número de óbitos na faixa etária.

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