OMS denuncia 43 ataques contra instalações de saúde na Ucrânia
Mais de 300 unidades de saúde ucranianas estão na linha do conflito
Novo balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS) denunciou ontem (16) 43 ataques contra instalações de saúde causados pela guerra na Ucrânia.
Segundo o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, mais de 300 instalações de saúde ucranianas estão na linha do conflito ou em áreas que a Rússia passou a controlar e outras 600 estão a dez quilômetros da linha do conflito.
Na videoconferência de imprensa semanal da organização, Ghebreyesus pediu aos países doadores mais investimento para que os civis e os refugiados ucranianos recebam a assistência que necessitam. “Enormes quantias de dinheiro estão sendo gastas em armas”, criticou, assinalando que a OMS obteve apenas US$ 8 milhões de um total de US$ 57,5 milhões de financiamento solicitado para a assistência sanitária à Ucrânia.
Transfusão de sangue
Até hoje, a OMS enviou para a Ucrânia cerca de 100 toneladas de material médico, incluindo kits de transfusão de sangue, desfibriladores, insulina, oxigênio e anestésicos.
O diretor-executivo do Programa de Emergências em Saúde da OMS, Mike Ryan, destacou que ataques contra instalações de saúde na Ucrânia e em outras partes do mundo são “totalmente inaceitáveis” e violam o direito humanitário internacional. De acordo com Ryan, não se trata apenas de “destruir edifícios”, mas de “destruir a esperança” de pessoas que podem ser tratadas.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já causou a fuga de 4,8 milhões de pessoas, indo mais de três milhões para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas. A invasão russa foi condenada pela maioria da comunidade internacional e muitos países e organizações impuseram à Rússia sanções que atingem praticamente todos os setores.