O avanço do projeto da Nova Ferroeste com a conclusão do estudo preliminar de demanda e traçado elaborado pelo Governo do Estado mudou o humor do setor produtivo paranaense. O ceticismo deu lugar à esperança. A expectativa agora é que, enfim, a ligação que unirá Paraná e Mato Grosso do Sul por trilhos sairá do papel.
“Finalmente um governo fez o caminho certo: contratar um estudo de viabilidade para detalhar a ferrovia. É um projeto importantíssimo, cercado de muita expectativa, e que há anos era aguardado por quem produz no Paraná”, afirmou João Arthur Mohr, gerente de Assuntos Estratégicos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
Ele fala com conhecimento de causa. A Fiep assessora 108 sindicatos empresariais e defende os interesses de 68,5 mil indústrias de 33 segmentos diferentes. O guarda-chuva gera cerca de 891,5 mil empregos. O Produto Interno Bruto (PIB) industrial do Paraná em 2018, último dado disponível, foi de R$ 93,7 bilhões, representando 7,1% do PIB industrial nacional. É o quarto maior do País, atrás apenas de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Dentro da federação, ressaltou Mohr, o apoio à construção da ferrovia é unânime. O gerente relaciona quatro pontos que tornam o projeto essencial para a consolidação do Paraná como hub logístico da América do Sul.
“A ferrovia, para grandes deslocamentos, é mais econômica. Mais amigável também do ponto de vista ambiental, já que proporciona uma emissão menor de carbono na atmosfera. Com menos caminhões percorrendo grandes distâncias, as rodovias ficam mais seguras. E, por fim, melhora a qualidade de vida dos caminhoneiros, que não precisarão ficar tanto tempo longe de casa, trabalhando em trechos mais curtos”, afirmou.
Oeste do Paraná
A expectativa é grande também no Oeste paranaense. Cascavel, por exemplo, vai se transformar na central logística de toda a região. O terminal de transbordo projetado para funcionar na cidade receberá cargas do Mato Grosso do Sul, Paraguai e Argentina. Também terá ligação com Foz do Iguaçu com a construção de um ramal ferroviário. De lá, a mercadoria desce rumo ao Litoral, passando por outros polos importantes da Nova Ferroeste como Guarapuava e Bolsa Nova.
“O traçado planejado é extremamente interessante, ainda mais quando consideramos que a agricultura e a pecuária são a base do Paraná. É de um potencial imenso a ser explorado, que vai se refletir na melhoria da economia como um todo e da renda da sociedade em particular. Significa mais empregos, a instalação de novas agroindústrias e um novo desenvolvimento para o Paraná”, destacou o diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, em entrevista à rádio CBN.