Você já ouviu falar da mitomania? Conheça a doença de pessoas viciadas em mentir

Segundo a OMS, cerca de 1 milhão de pessoas sofrem dessa condição; ela pode surgir como consequência de antecedentes traumáticos

Hoje, 1º de abril, é o Dia da Mentira, uma data em que brincadeiras e ‘mentirinhas do bem’ são comuns. Entretanto, você conhece a mitomania?

Ela é um transtorno psicológico que leva o indivíduo a mentir compulsivamente. A condição, também conhecida como pseudologia fantástica ou mentira patológica, é caracterizada pela mentira como uma forma de disfarçar a realidade pessoal do portador, diferentemente de uma mentira comum, em que a pessoa mente para obter vantagem em alguma situação. A causa exata da mitomania ainda não é totalmente conhecida, mas estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que cerca de 1 milhão de pessoas sofrem dessa condição, e que ela pode surgir como consequência de antecedentes traumáticos ou epilepsia.

Sintomas

O principal sintoma da mitomania é a mentira compulsiva. Portadores dessa condição costumam não sentir culpa ao mentir, contando histórias muito felizes ou muito tristes. Eles descrevem fatos de forma extremamente detalhada e contam versões diferentes das mesmas histórias. Confira:

• Ausência de culpa ou de medo de ser pego pelas mentiras;

• Excesso de felicidade ou tristeza nas histórias contadas;

• Histórias grandes demais ou detalhadas demais sem motivo aparente;

• Muita elaboração de resposta para perguntas simples;

• Descrição demasiada de fatos rotineiros;

• Tendência a vitimizar ou tornar o mitômano heroico;

• Existência de diversas versões para uma mesma história.

Mentira comum e mitomania

Existem diferenças entre uma mentira comum e um hábito compulsivo de mentir. A principal diferença está no exagero consciente da mentira por parte do mentiroso compulsivo. Normalmente, ao contar uma mentira, a pessoa sente-se culpada e tem medo de ser descoberta, enquanto o mitômano não sente remorso algum. Essa compulsão por mentir é um comportamento habitual, muitas vezes desenvolvido desde a infância, tornando-se tão natural que a pessoa não sente mais culpa ao contar suas histórias inventadas. Para o mitômano, inventar a própria versão de uma história é tão comum que ele mesmo pode acreditar que é real.

Tratamentos

Pessoas que têm o hábito de mentir de forma crônica raramente procuram ajuda por conta própria, pois geralmente não reconhecem suas mentiras como um problema que precisa de tratamento. No entanto, essa patologia pode se transformar em transtornos mais graves, como transtornos de personalidade antissocial e outros problemas psiquiátricos e psicológicos.

A compulsão por mentir muitas vezes está associada a outras compulsões, como comer em excesso, fazer compras compulsivamente ou abusar do álcool, por exemplo. Quando alguém usa o álcool para tentar fugir de problemas, pode mentir para negar a situação e, com o tempo, essa mentira se torna um hábito, agravando o quadro de mitomania e aumentando o risco de desenvolver outras patologias, como o alcoolismo.