Novo estudo aponta que o hábito de cutucar o nariz pode ter ligação com o desenvolvimento do Alzheimer
Quem nunca ‘limpou o salão’? Conforme cientistas da Austrália o costume pode causar danos a sua saúde mental
De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 50 milhões de pessoas estão diagnosticadas com algum tipo de demência, sendo o Alzheimer a mais comum delas. Novos estudos apontam que ‘cutucar o nariz’ pode ter associação com o surgimento do Alzheimer.
Conforme pesquisadores da Griffith University, da Austrália, uma bactéria chamada Chlamydia pneumoniae, comumente presente no nariz e responsável por infecções do trato respiratório, pode chegar até o cérebro e causar reações ligadas à doença do Alzheimer.
A ‘caminhada’ até o cérebro pode ser acelerada por feridas causadas no nariz após uma ‘limpeza’ com os dedos.
Essa bactéria está presente no nervo olfativo e utiliza um trajeto mais curto e direto para o cérebro, que contorna a barreira hematoencefálica – impede e dificulta a passagem de substâncias do sangue para o sistema nervoso central – tornando-se um caminho de fácil acesso à região.
Para os cientistas isso é um alerta e significa que cutucar o nariz e danificar a parede interna desse órgão pode colaborar com o aumento do número de bactérias que chegam ao cérebro.
“Somos os primeiros a mostrar que a Chlamydia pneumoniae pode subir diretamente pelo nariz e entrar no cérebro, onde pode desencadear patologias que se parecem com a doença de Alzheimer”, afirmou o professor e chefe do Clem Jones Center for Neurobiology and Stem Cell Research, James John.
Os pesquisadores mostraram a existência dessa possibilidade a partir de experimentos em camundongos. “Vimos isso acontecer em um modelo de camundongo, e a evidência também é potencialmente assustadora para humanos”, conta John.
Quando a bactéria chegava ao sistema nervoso central dos pequenos roedores, as células do cérebro respondiam depositando a proteína beta amilóide, que é característica da doença de Alzheimer. E fora isso, após algumas semanas, as vias genéticas relacionadas à condição também eram ativadas.
Os analistas também perceberam que a bactéria infectava células nervosas gliais (presentes no tecido nervoso e responsáveis por uma série de funções), o que possibilitava que ela permanecesse mais tempo no sistema nervoso central.
“Essas células são geralmente importantes defensoras contra as bactérias, mas, neste caso, elas são infectadas e podem ajudar as bactérias a se espalhar”, disse a professora associada Jenny Ekberg.
Porém a bactéria pode não ser a única responsável pelo início da doença de Alzheimer, esclarece a professora.
“Há muito tempo suspeitamos que bactérias e até vírus podem levar à neuroinflamação e contribuir para o início da doença de Alzheimer. No entanto, a bactéria sozinha pode não ser suficiente para causar doença em alguém. Talvez exija a combinação de uma suscetibilidade genética, mais as bactérias, para levar à doença de Alzheimer a longo prazo”, explica Ekberg.
Sintomas de Alzheimer
•Perda de memória;
•Dificuldade em executar tarefas do dia-a-dia;
•Desorientação;
•Problemas de linguagem;
•Repetir conversas ou tarefas;
•Trocar o lugar das coisas;
•Mudanças bruscas no humor e na personalidade (em alguns casos);
•Desinteresse pelas atividades habituais.



