Meta esclarece que fim da checagem de fatos ocorrerá apenas nos EUA, informa à AGU

A empresa informou que a medida será testada e ajustada antes de uma possível expansão para outros países, como o Brasil

Em resposta ao pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), a Meta confirmou que o encerramento do programa de checagem de fatos nas redes sociais será implementado inicialmente apenas nos Estados Unidos. A empresa informou que a medida será testada e ajustada antes de uma possível expansão para outros países, como o Brasil.

O documento enviado à AGU esclarece: “A Meta esclarece que, no momento, está encerrando seu Programa de Verificação de Fatos independente somente nos Estados Unidos, onde testaremos e aprimoraremos as Notas da Comunidade antes de expandir para outros países”.

Mudança restrita ao território norte-americano

A Meta fala sobre seu compromisso com os direitos humanos e seus princípios de igualdade, segurança, dignidade, privacidade e liberdade de expressão. A empresa também afirmou que as mudanças têm como objetivo alcançar o equilíbrio entre a liberdade de expressão e a segurança.

O comunicado confirma o anúncio inicial da empresa, que já indicava que a mudança seria restrita ao território norte-americano. O documento será analisado em reunião técnica agendada para terça-feira (14), sob a coordenação da AGU.

Livre expressão

A Meta também afirmou que as mudanças buscam simplificar os processos internos para evitar a aplicação excessiva de políticas e reduzir erros. A empresa reconheceu que abusos da liberdade de expressão podem prejudicar grupos vulneráveis, mas argumentou que, ao longo do tempo, as tentativas de gerenciar conteúdo nas redes sociais resultaram em um exagero na aplicação de regras, o que limitou o debate político legítimo e impediu a livre expressão.

Além disso, a Meta explicou que seus sistemas automatizados, utilizados para detectar violações de políticas, agora serão empregados exclusivamente para lidar com violações graves, como terrorismo, exploração sexual infantil, drogas, fraudes e golpes.

A plataforma também destacou que a nova abordagem visa capacitar os usuários a identificar conteúdos potencialmente enganosos e exigir mais contexto, o que reduziria os riscos de viés nas decisões de moderação de conteúdo.

Possíveis danos

A manifestação da Meta atende a uma determinação da AGU, que, na última sexta-feira (10), pediu um posicionamento da empresa sobre o fim da checagem de fatos, alegando que a decisão poderia ter “consequências negativas”. A AGU também pediu que as grandes empresas de tecnologia assumissem responsabilidades para garantir a integridade do ambiente informacional e tomassem medidas para minimizar os danos que seus produtos possam causar aos usuários.

A Meta, responsável pelas plataformas Instagram, Threads, Facebook e WhatsApp, anunciou em 7 de janeiro suas novas diretrizes, com foco em garantir mais “liberdade de expressão” nas redes sociais. Entre as ações previstas estão a redução de filtros e moderação de conteúdo, além do fim da checagem de fatos sobre desinformação divulgada pelos usuários.

Menos censura

O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, também expressou a intenção de colaborar com o governo dos Estados Unidos em uma frente contra ações governamentais que visem empresas norte-americanas, defendendo menos censura nas plataformas.