Recém-lançado pelo Ipardes, o IPR revela a inflação mensal em seis cidades do Parará

Preço dos alimentos é resultado do clima, custo de insumos e até do cenário internacional

O Índice de Preços Regional (IPR), que calcula a variação no preço de alimentos e bebidas no Paraná, subiu 1,29% em novembro, em comparação com o mês anterior, por conta dos produtos hortigranjeiros.

O IPR foi lançado ontem (15), pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) que fará uma análise mensal de 35 itens alimentícios nas seis maiores cidades do estado, para indicar a inflação no Paraná.

A cebola foi o alimento que teve a maior alta no preço com 23,3% no mês passado, seguida pelo tomate (14,17%), batata-inglesa (10,98%), laranja-pera (9,03%) e maçã (5,91%).

No entanto, houve queda no preço do frango, que baixou 4,54% no mesmo mês, no leite integral (-2,98%), na margarina (-1,55%), no café (-1,16%) e no queijo mussarela (-1,03%).

Em novembro, o IPR foi 0,33% superior ao índice registrado no mesmo período do ano passado. No ano, a variação acumulada chegou a 15,85%.

A batata-inglesa registrou alta de 106,94% entre janeiro e novembro, em relação ao acumulado nos mesmos meses de 2021. O feijão-preto ficou 10,07% mais barato, registrando a maior queda no período.

Em 12 meses, de dezembro de 2021 e novembro de 2022, o IPR foi 15,1% superior ao registrado no período anterior.

Novamente, a cebola alavancou o índice, com variação de 155,31% no período, e o feijão-preto apresentou a maior queda, ficando 12,19% mais barato.

Fatores do aumento

De acordo com o diretor de Estatísticas do Ipardes, Daniel Nojina, o preço dos alimentos é resultado de vários fatores, como clima, custo dos insumos, que é calculado em dólares, e até o cenário internacional, como a Guerra na Ucrânia.

“Como no resto do país, o índice está razoavelmente alto. Um dos motivos é que o Paraná está há pelo menos um ano e meio tendo problemas com o clima, ou é muito quente, muito seco ou muita chuva. Isso prejudica a produtividade das lavouras, aumentando o preço dos alimentos”, explica Daniel.

Ele afirma que mesmo com a queda no índice de inflação em alguns meses do ano, o contexto ainda é de aumento de custos e o dólar instável prejudicando o agricultor.

“Também tivemos flutuação na parte de combustíveis, que passou por um alívio na metade do ano para cá. Temos, em geral, custos muito altos. Ainda há, no estado e no país, uma elevação no preço dos alimentos. O indicador está capturando essa variação em cada uma das seis regiões e também na média do Estado”, destaca o diretor.

Indicador

O IPR é feito com base nos registros fiscais da Receita Estadual do Paraná. O Ipardes realiza, cerca de 360 mil cotações por mês para a amostra, retiradas das notas fiscais emitidas em 366 estabelecimentos comerciais de diferentes portes em Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu.

A Pesquisa de Orçamentos Familiares do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (Ibge) definiu os 35 produtos avaliados, que representam cerca de 65% das compras de alimentos e bebidas.

Para saber todos os dados do IPR do Estado e de cada uma das seis cidades analisadas basta acessar o painel interativo no site do Ipardes.

Desde 2020, o instituto trabalha a série histórica, analisando a flutuação no preço de alimentos e bebidas nos últimos dois anos no estado.

Acesso aos dados

O diretor-presidente do Ipardes, Marcelo Curado, afirma que a partir de agora, municípios importantes do Paraná, que até então não tinham uma análise detalhada da inflação de alimentos, terão acesso a dados de excelente qualidade.

“Com esse serviço que o Ipardes está oferecendo, as maiores cidades vão poder saber exatamente o comportamento dos preços dos alimentos, que têm um reflexo relevante na vida dos cidadãos”, pontua Marcelo.

Ele também enfatiza que os dados são importantes para a elaboração de políticas públicas regionais e estaduais direcionadas de acordo com o comportamento particular do índice de preços.

“Tínhamos apenas o Ipca medindo a inflação da Região Metropolitana de Curitiba, sem atender outros municípios que são polos de desenvolvimento no Paraná. Agora, temos uma visão mais regionalizada”, ressalta.