Amador em 2019, Mangueirinha vira potência e flerta com a Série Ouro
Com Vando Ronsani, clube do Sudoeste arrancou na segundona com três vitórias e prega a modéstia: “não fazer feio”
Por Juliam Nazaré
Passadas três rodadas, a sensação da Série Prata do Campeonato Paranaense de Futsal é o Mangueirinha Esporte Clube (MEC). O clube tem sede na cidade homônima, com 17 mil habitantes, localizada no Sudoeste do Paraná.
A região, aliás, é responsável por sete dos 16 times da Série Ouro de 2021. Bastante, não é? E essa representatividade, do que depender do entusiasmo do torcedor mangueirense, vai aumentar no próximo ano.
Embora longa a 1ª fase da Série Prata – são 18 rodadas – e seja arriscado apontar desfechos para o campeonato, é inevitável a empolgação de um time que nos três primeiros jogos fez campanha perfeita.
A retomada do futsal em Mangueirinha
O MEC não é um clube novo, relativamente. A equipe, inclusive, disputou a Série Bronze em 2008, mas ficou desativado até 2020. O resgate surgiu em razão da equipe amadora da Erva-Mate Mangueirinha. O empresário Eduardo Corrêa recorda: “Nós tínhamos um time aqui e estávamos indo bem nas competições locais. Nisso, o meu irmão – muito amigo do Evandro Tosetto, em Coronel – soube que o Vando Ronsani havia sido dispensado de lá. Então ele disse: vamos chamá-lo pra colocar um time na Bronze?”
Inicialmente, a ideia não entusiasmou Eduardo, mas um encontro com o treinador em Reserva do Iguaçu possibilitou o acerto. “Perguntamos se ele topava treinar um time da cidade na Bronze. Dissemos que o objetivo era ‘não fazer feio’ e então ele exigiu três jogadores de fora e o restante do elenco poderia ser formado pelos pratas da casa”, conta.
Nisso, Eduardo e os parceiros do projeto resgataram o MEC, com o empresário como presidente. Durante o estadual, o Mangueirinha manteve regularidade, conseguiu o acesso e o vice-campeonato.
Na estrada que leva à Ouro
Para 2021, o clube seguiu apostando em Vando. O contrato do treinador foi o primeiro a ser renovado e coube a ele a montagem do time. O objetivo, segundo Eduardo, é o mesmo do ano de retomada: ter um time competitivo.
No entanto, as vitórias sobre Aaema, Apaf e Fazenda fazem os dirigentes sonharem com uma vaga na elite. “Temos que viver o momento. O esporte é de momento e hoje somos líderes. A Série Ouro é um sonho alto, mas se o time continuar mostrando resultado, não custa sonhar. Mas, claro, tem muito jogo pela frente.”
Um aspecto negativo na retomada do futsal em Mangueirinha é a pandemia. O último jogo da equipe no estadual com público foi em… 2008. O retorno, em 2020, foi com as arquibancadas vazias. Esta é a realidade que persiste na Série Prata, embora a diretoria garanta que os torcedores sejam engajados.
“Mangueirinha ficou tanto tempo sem jogar um estadual e agora quando voltamos ocorreu a pandemia. Isso nos entristece. Mesmo assim, o torcedor está acompanhando o clube, as camisas vendem muito. A entrada da torcida nos ginásios será uma conquista para o MEC”, enfatiza Eduardo.
Eduardo está ciente de que os bons resultados podem atrair olhares de cobiça de outras equipes. Para o dirigente, perder jogadores é um processo natural. Ele ainda não pensa em reforços. “O assédio é inevitável. Que bom que existem olhares para os nossos atletas, significa que o trabalho é bom. E se acontecer de alguém sair, não iremos fechar as portas.”
Para uma possível Série Ouro, o Mangueirinha precisa se estruturar. A diretoria está ciente. “Precisamos ativar nossas categorias de base, que com a pandemia não criamos. O nosso ginásio não tem as medidas oficiais para receber partidas da Ouro, mas já temos o projeto de adequação”.
Calendário
O próximo compromisso do Mangueirinha será no sábado (15), às 18 horas, contra o São Miguel, na casa do adversário.