Ídolo do Rubrão: São Pedro, o maior artilheiro da história do Operário Laranjeiras

Autor de 29 gols, ele superou Juninho no posto. Em entrevista, ele fala do ex-clube, o Toledo, e da relação com Laranjeiras do Sul

Concluindo a segunda temporada com a camisa do Operário Laranjeiras, São Pedro tem muito o que comemorar. Ele chegou ao Rubrão no início de 2020 e alcançou conquistas coletivas, como a Série Prata do Campeonato Paranaense e a recente Taça FPFS. 

Durante esse período, cravou o nome como ídolo do clube. A maratona de jogos de novembro e novembro oportunizou ao matador muitas oportunidades de gols. Algumas foram aproveitadas e o ajudaram a atingir a marca de 29 bolas na rede pela equipe. Ele é o novo maior artilheiro da história do Operário, superando Juninho, que atuou em Laranjeiras em 2019, que somou 24. 

Numa entrevista ao repórter Juliam Nazaré, São Pedro recordou o começo no futsal, o sucesso no Toledo e falou se pretende renovar com o Operário. Confira:


Correio: Todos te conhecem como São Pedro, mas esse não é o teu nome. De onde veio o apelido?

São Pedro: Me chamo Paulo Sérgio Pedroso, nasci em Troncal, no Paraguai, mas fui criado em São Pedro do Iguaçu. Quando fui treinar em Toledo, começaram a me chamar pelo nome da cidade. O apelido pegou e isso nunca me incomodou. Tenho o maior prazer em divulgar o meu município por onde vou.


Correio: Já pensou em vestir a camisa da seleção paraguaia?

São Pedro: Sim, é um dos meus sonhos. 


Correio: No início da trajetória, você perdeu um dos seus melhores amigos. Como foi esse momento?

São Pedro: Foi o Guilherme Carulli Bin. Ele morreu num acidente, no qual eu estava junto, e ele tentou pela primeira vez ser jogador. Ele vivia praticamente 24 horas comigo. Devo muito a ele. Também preciso mencionar outra pessoa que já se foi: Edna Carulli Bin, minha segunda mãe. Essas duas pessoas me ajudaram em momentos difíceis. 


Correio: Você marcou época no Toledo. 

São Pedro: É verdade. Comecei lá, aos 17 anos, quando o professor Robson Recalcatti e Fernando Grando. Eles me viram jogando os Jogos Escolares e me ofereceram uma bolsa de estudos para ir treinar no Colégio Incomar. Depois, disputei o Paranaense Sub-17 pelo Toledo e fui campeão. Em 2010, fui vice da Bronze pelo clube e permaneci lá até 2012. 


Correio: Como foi a passagem pela Copagril?

São Pedro: Consegui o vice da Série Ouro de 2012. Fiquei em Marechal até 2014, quando voltei para Toledo. Ali ganhei a Série Prata do ano seguinte e permaneci até 2019. Fiz mais de 50 gols e creio que sou um dos que mais vestiu a camisa do time. 


Correio: Quando chegou ao Operário, em 2020, a equipe não tinha um ano de atividade no futsal. Como foi essa procura?

São Pedro: Foi através do Luciano Bonfim, com o qual sempre mantive contato e tínhamos vontade de trabalhar juntos. Surgiu a oportunidade e até aqui tudo tem fluído. Eu e minha esposa nos adaptamos bem a Laranjeiras do Sul. É uma cidade tranquila. A Diovana ama viver aqui. 


Correio: Assim como no Toledo, no Operário você já conquistou a torcida e agora é o maior artilheiro do clube. 

São Pedro: Isso é muito gratificante e fruto de muito trabalho. Quando cheguei, não era muito conhecido. Fui mostrando o meu futsal. Provei que honro a camisa, que sou de raça e dedicação. Uma coisa tenho como princípio de vida: respeitar o processo. Trabalhando duro, com a cabeça boa, o resultado chega. Em 2020, fiz uma baita de uma temporada. Neste ano está sendo bom, não só individualmente, mas coletivamente. Não me lesionei e preciso exaltar os meus companheiros. Sem eles, não chego a lugar algum. 


Correio: Novamente falando sobre o Toledo. O que pensa a respeito da atual fase do clube, que fez campanhas ruins nos dois últimos anos e em 2021 não evitou o rebaixamento? Que conselho daria para os dirigentes do Porco? E você pretende voltar a jogar por lá?

São Pedro: Esses momentos são muito complicados quando chegam. Falta apoio financeiro para montar um time bom, até porque jogar o Campeonato Paranaense é muito difícil. É o estadual mais forte do país. Sei que as pessoas que estão lá são capacitadas e vão tirar o Toledo ‘dessa’. Se for possível, no futuro quero jogar lá, sim. 


Correio: Seguirá em Laranjeiras em 2022?

São Pedro: Ainda não renovei, mas as negociações estão na reta final. Aqui tem visibilidade, é bom de jogar. Tive propostas, mas acho que ainda não é o momento de sair. Estou feliz e isso é suficiente pra que eu produza grandes resultados. 


Correio: E o que costuma fazer além do futsal?

São Pedro:  Nas horas vagas, procuro estar com a minha esposa. É a minha companheira do dia a dia. Nas folgas, vamos à Igreja. Gostamos de ficar em casa vendo um filme. Às vezes, saímos para tomar um sorvete, jantar, e estudamos muito, principalmente ela, que é professora. Gosto de livros, também. 

Paulo Sérgio, o “São Pedro”, com a esposa, Diovana. Foto: Arquivo pessoal