Agosto Dourado: médica laranjeirense explica importância da amamentação para mães e bebês

Considerado o alimento mais completo para os bebês, o leite materno sacia a fome, contribui para a melhora nutricional, reduz a chance de obesidade, hipertensão e diabetes, diminui os riscos de infecções e alergias, além de provocar um efeito positivo na inteligência e no vínculo entre mãe e bebê.

A importância da amamentação para o pleno desenvolvimento das crianças é tema da campanha Agosto Dourado, criada pela Organização Mundial da Saúde e Unicef no ano de 1991. O objetivo da data era, inicialmente, promover a Declaração de Innocenti (ação voltada a Proteção, Promoção e Apoio ao Aleitamento Materno).

A ginecologista e obstetra Drª Rafaela Mezzomo, conta que no ano seguinte, em 1992, decidiu-se que passariam a dedicar uma semana à campanha de amamentação. “Desde então, esta semana ficou conhecida pelo nome de Semana Mundial do Aleitamento Materno, e acontece em diversos países do mundo”.

No Brasil, a data é comemorada desde 1999 com a coordenação do Ministério da Saúde. Em 2017, foi sancionada a Lei nº 13.435, que institui agosto como o mês do Aleitamento Materno. A medida estabelece a realização de palestras e encontros na comunidade sobre a causa, além da decoração e iluminação de espaços públicos com a cor dourada.

Até quando deve-se amamentar?

A médica explica que é recomendado que o aleitamento materno exclusivo em livre demanda seja realizado até os seis meses de vida, e mantido após este período, junto com outros alimentos saudáveis. “Até os 2 anos ou mais por reunir as características nutricionais ideais para a criança nesta fase da vida”, detalha.

“O recém-nascido deve ser estimulado a mamar o mais cedo possível, preferencialmente logo após o nascimento, se a mãe e o bebê estiverem em boas condições e se esse for o desejo da mãe. O leite dos primeiros dias após o parto é chamado de colostro e oferece grande proteção contra infecções, é a ‘primeira vacina’ do bebê”.  

Benefícios da amamentação para o bebê

A doutora segue explicando que o principal fator é a diminuição do risco de morte por doenças infecciosas em crianças.

“Metade de todos os episódios de diarreia e um terço das infecções respiratórias poderiam ser prevenidas pela amamentação, além de menor chance de ter otite média nos dois primeiros anos de vida; redução na chance de desenvolver sobrepeso ou obesidade e proteção contra problemas de oclusão dos dentes de leite”, ressalta.

Além disso, também é comprovado a elevação do QI nas crianças amamentadas (o leite materno contém substâncias bioativas, tais como ácidos graxos poli-insaturados de cadeia longa, que são essenciais para o desenvolvimento cerebral).

Benefícios da amamentação para a Mãe

“As mulheres que amamentam têm menor risco de desenvolverem câncer de mama, ovários e endométrio, principalmente se a amamentação for prolongada, diz Rafaela”. “Além de menor chance de desenvolver o diabetes tipo 2, anemia e melhora em crises de enxaqueca crônica”.

No momento em que a mãe tem contato pele a pele com seu recém-nascido, aumenta o fluxo de ocitocina no seu corpo, o chamado “hormônio do amor”, a ocitocina tem também efeito antidepressivo, diminuindo os sintomas de ansiedade e depressão.

A Doutora ressalta também que, apesar de falar sobre todos os benefícios do aleitamento materno exclusivo, não são todas as mães que conseguem amamentar seus filhos, devido a diversos fatores.

“A amamentação não é um processo automático, ocorrem dificuldades e até contraindicações médicas. As mães que não conseguiram amamentar não devem se frustrar, nem serem julgadas, é um momento de descobertas e adaptações, a amamentação é de extrema importância para o fortalecimento do vínculo e deve haver estímulo e ajuda de todos que estão a sua volta”, finaliza.

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