A advogada, mãe e cidadã Laranjeirense, Lais Amanda de Oliveira, expôs ontem (15), via Instagram, as violências domésticas que sofria com o ex-marido:
“A primeira violência física aconteceu quando Georgia tinha 7 DIAS de vida, eu mal conseguia andar por causa da cesariana, e o Senhor Deus na terra chegou em casa a noite e bêbado, eu o questionei, me irritei nesse dia, por passar o dia todo sozinha e preocupada com ele que nunca tinha chego tão tarde, foi quando as agressões começaram, lembro como se fosse hoje, porque eu já revivi esses fatos na minha cabeça inúmeras vezes, ele me dava tapas na cabeça, me jogou no chão, bati a cabeça na parede e um ponto meu abriu, tenho a marca até hoje, mesmo depois de outra cicatriz por cima. E no dia seguinte eu me sentia CULPADA, eu sei que lendo parece um absurdo, eu já senti isso também ouvindo histórias parecidas com a minha, mas era assim que eu me sentia, porque eu tinha o “provocado” enquanto ele estava bêbado, coitado, não podia responder por ele. Escondi os hematomas de todos e seguimos a vida. Depois disso aconteceu mais 1, 2, 3, 4, 5… DEZ VEZES, eu perdi as contas. Já teve vezes que acordei com a lanterna ligada na minha cara e ele me batendo, sem eu imaginar o motivo. Eu consigo me lembrar que na hora que tudo acontecia eu pensava “nunca mais vou deixar isso acontecer comigo”, mas no dia seguinte parecia que tinha sido “só” um pesadelo, que aquela pessoa que me agrediu não existia, e que era um problema que eu tinha RESPONSABILIDADE de ajudá-lo a mudar. Sei que teve vezes que fui sufocada até perder o ar, mas mesmo inconsciente eu pensei “se eu apagar agora eu não tenho chances de sair daqui viva”. Já fiquei com uma faca sendo imprensada no meu pescoço. Sem falar nos xingamentos, em viver pisando em ovos por ter medo da reação dele, em não poder dizer “não” pro sexo antes de dormir sem que ele ficasse bravo e dizendo que eu tinha outro homem já que não queria ele naquele dia. Em não poder ir ao banheiro da faculdade sem mandar foto provando onde eu tava, em não poder ir no restaurante da faculdade com minhas amigas pra evitar cara feia quando chegasse em casa. Hoje não consigo entender como pude ter aceitado tanta coisa, onde eu tava com a cabeça de me permitir.”