Paraná exporta mais alimentos que países como Japão e Coreia do Sul

Estado se destaca no comércio exterior ao vender mais alimentos e bebidas do que a maioria dos países. Se fosse um país, seria o 29º maior exportador

Com uma agroindústria robusta e de reconhecimento internacional, o Paraná tem conquistado espaço de destaque nas exportações mundiais de alimentos e bebidas. Em 2023, o Estado movimentou US$ 13,5 bilhões nesse setor, superando economias relevantes como Japão, Coreia do Sul, Portugal, Grécia e Suécia. Se considerado isoladamente, o Paraná ocuparia a 29ª posição entre os maiores exportadores de alimentos do mundo.

Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da plataforma TradeMap, organizados pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes). Eles revelam que o Estado ultrapassou nações como Indonésia (US$ 13 bilhões), África do Sul (US$ 12,1 bilhões), Singapura (US$ 11,5 bilhões), além de Portugal (US$ 8,1 bilhões), Japão (US$ 7,7 bilhões) e Egito (US$ 7,6 bilhões).

A performance paranaense é ainda mais impressionante quando comparada a países com mercados menores: o Estado exportou mais que o dobro de nações como Paquistão (US$ 6,6 bilhões), Colômbia (US$ 6,5 bilhões) e Uruguai (US$ 5,4 bilhões).

Ao todo, o comércio mundial de alimentos e bebidas movimentou US$ 1,64 trilhão no último ano. Os Estados Unidos lideraram o ranking global, com US$ 149,3 bilhões exportados, seguidos pelo Brasil, com US$ 125 bilhões.

Segundo Jorge Callado, presidente do Ipardes, esses resultados são fruto da união entre políticas públicas eficientes e um setor produtivo comprometido. “Estamos agregando mais valor aos produtos que saem do Paraná rumo ao mercado internacional”, destacou.

Produção e industrialização
O bom desempenho do Estado está diretamente ligado ao protagonismo na produção de grãos. Milho e soja representaram cerca de 44% do total exportado, somando US$ 6 bilhões em vendas. Esse desempenho é impulsionado por cooperativas locais, reconhecidas entre as maiores do mundo, e pelo incentivo governamental à industrialização das produções.

Como reflexo desse movimento, o Valor Bruto da Produção (VBP) de óleos e gorduras no Paraná dobrou entre 2019 e 2024, passando de R$ 14,9 bilhões para R$ 30,5 bilhões.

Outro setor expressivo nas exportações é o de carnes, com US$ 4,1 bilhões vendidos ao exterior. O Paraná lidera nacionalmente na produção de frangos e ocupa a segunda colocação na criação de suínos. A cadeia produtiva ganhou ainda mais impulso recentemente, com a abertura do mercado chileno para a carne suína do Estado, após reconhecimento do status sanitário de zona livre de febre aftosa sem vacinação.

Se considerados apenas os principais produtos da pauta exportadora paranaense — carnes de aves, carne suína, açúcar, soja e milho — o Estado ocuparia a terceira colocação global, com US$ 11,4 bilhões exportados, atrás apenas do Brasil e dos Estados Unidos. Países como Argentina, Ucrânia e Espanha viriam logo depois.

Crescimento econômico e geração de empregos

O bom desempenho nas exportações integra um panorama de crescimento econômico consistente no Paraná. Desde 2019, o Estado atraiu mais de R$ 300 bilhões em investimentos privados, resultado de um ambiente de negócios mais eficiente e competitivo.

Esse cenário contribuiu diretamente para o avanço do Produto Interno Bruto (PIB), que passou de R$ 440 bilhões em 2018 para R$ 718,9 bilhões em 2024, colocando o Paraná como a quarta maior economia do Brasil, à frente do Rio Grande do Sul.

Além disso, os frutos do crescimento chegaram à população. Em 2024, o Estado atingiu a menor taxa de desemprego da história: apenas 3,3%, índice inferior ao de países como Alemanha, Canadá e França, conforme dados do IBGE.